Fortaleza tem a menor taxa de ocupação em UTIs de Covid desde maio

A queda registrada na Capital tem sido recorrente, mas o interior preocupa; com a tendência de redução, as igrejas devem ser autorizadas a abrir amanhã, no entanto representantes dos templos informam que manterão as portas fechadas

A capital cearense apresentou mais um indício de declínio na demanda por assistência diante da pandemia do novo coronavírus: neste sábado (20), alcançou a menor taxa de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) da Covid-19 - com 66,04% dos leitos ocupados - desde maio. A informação é um registro da última atualização de sábado da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Esse índice chegou a atingir 96,45% em 8 de maio.

Na mesma tendência de queda, a taxa de ocupação das enfermarias em Fortaleza chegou a 52,50%. O percentual também é o menor registrado desde maio, quando atingiu o pico de 93,76% no dia 5 daquele mês.

No contexto geral, segundo a plataforma da Sesa, o Estado do Ceará somou 92.397 casos confirmados e 5.520 óbitos pela doença pandêmica. Em contrapartida, 67.277 pessoas já se recuperaram.

O cálculo das taxas de ocupações, tanto das UTIs quanto das enfermarias, é feito com a quantidade de pacientes com suspeitas ou confirmação para Covid-19 e dividido pelo número de leitos ativos, de acordo com as informações do IntegraSUS.

A taxa de ocupação dos leitos é um dos índices observados pelo Estado para avançar nas fases de retomada da economia. Através de uma transmissão via redes sociais, realizada ontem, o governador Camilo Santana e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, anunciaram que, a partir de segunda feira (22), a Capital inicia a fase 2 da flexibilização do isolamento.

Igrejas

Com isso, igrejas e também restaurantes poderão funcionar a partir de amanhã, com uma série de medidas de segurança sanitária. "Fortaleza continua reduzindo todos os indicadores, mantendo as taxas baixas do ponto de vista de todos os critérios da Secretaria da Saúde", afirmou o governador ao anunciar a mudança de fase.

Apesar de liberados, as igrejas e os templos religiosos devem funcionar com apenas 20% da ocupação total. Contudo, a assessoria de comunicação da Arquidiocese de Fortaleza informou, ontem, que manterá a decisão de manter as portas das igrejas fechadas e esperar até que as condições de segurança sanitária permitam o funcionamento pleno dos templos.

O arcebispo dom José Antônio Tosi Marques já havia publicado em carta circular, em junho, que o momento ainda não é de reabertura. "Quem poderia escolher quem participaria das missas e quem não? Ademais, nosso povo tão religioso costuma encher as igrejas para as celebrações. Como conter que saiam de casa apenas alguns e outros não?".

Os templos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias da Capital também não devem reabrir já nesta segunda-feira, conforme o setenta autoridade de área-Brasil, Élder Simplício.

Apesar de não retornarem, Simplício comenta que o Templo de Fortaleza já tem planejamento feito. "Queremos estar funcionando, mas isso será feito gradativamente. Estamos muito entusiasmados com as decisões. Isso vai acontecer, mas ainda não temos nenhuma autorização para iniciar aqui em Fortaleza", diz. A reportagem tentou contato com lideranças das igrejas evangélicas, mas não houve confirmação sobre a decisão de retomar as celebrações.