A fila de pacientes infectados com Covid-19 em espera por atendimento nas unidades de saúde do Ceará teve queda de 64,5% entre a última quinta-feira (4) e ontem, terça-feira (9). Os dados são da plataforma IntegraSUS, na qual estão reunidas as análises da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) em relação à pandemia do novo coronavírus. Há cinco dias, 496 pessoas aguardavam por cuidados em hospitais, mas o número caiu para 176.
Em Fortaleza, município cearense considerado epicentro da epidemia de SARS-Cov-2, o total de pacientes em espera era de 58 até a atualização feita às 20h04 pela Sesa. Ainda de acordo com o boletim da Pasta, 77,7% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) estão ocupados na Capital, enquanto a taxa nas enfermarias é de 62,4%.
Números relativos à situação de todo o território cearense apontam que a taxa de ocupação registrada nos municípios até terça-feira era de 79,6% em UTIs e 51,8% em enfermarias.
O Ceará chegou a 69.023 casos positivos de Covid-19, com total de 4.359 óbitos registrados. Dos infectados, 48.659 conseguiram se recuperar da doença e 159.416 exames foram registrados.
Os indicadores de queda da ocupação de leitos utilizados no combate à pandemia e da procura por atendimento em hospitais têm sido alguns dos fatores para justificar o plano de retomada da economia em Fortaleza, por exemplo. O processo teve início com a entrada da transição em 1º de junho e seguiu com a determinação da primeira fase, a partir da última segunda-feira (8).
Comportamento
O gerente da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, Antônio Lima, explica que na Capital cearense, embora a taxa de contágio da doença venha em queda, o comportamento da população, neste momento de reabertura gradual, é fundamental para determinar qual a futura situação epidemiológica da cidade.
"O comportamento de agora vamos sentir de 7 a 10 dias podendo se estender a 14 dias. O comportamento da fase de transição, nós já poderíamos estar sentindo hoje e, felizmente, não sentimos. Pode vir a acontecer. Tem flutuações, mas até o momento não existe indicadores que tenha piorado. Não excluo que possa acontecer, já que a fase de transição começou dia 1º e nós estamos no dia 9. São oito dias. A partir do dia 5 podemos identificar alguns sinais de que pode estar havendo aumento de transmissão. Dificilmente não há. Quando você inicia a retomada, muitas vezes, tem variação de aumento, mas é dentro do esperado", diz.
O epidemiologista fala, ainda, que hoje Fortaleza tem um monitoramento apurado para detectar qualquer possibilidade de retorno ao pico de Covid-19. E, se forem mantidos os atuais índices de internação, segundo ele, "a situação assistencial será adequada e confortável no fim de junho". Para ele, é importante ressaltar que a transição requer bastante cuidado. "Nosso foco deve ser na manutenção do isolamento. Os atuais níveis são promissores, mas temos que ter cuidado, evitar ao máximo as aglomerações porque ainda não estamos em uma situação definida", finaliza.
A tendência de queda na ocupação dos leitos no Ceará, de 79,6% em UTIs e 51,8% em enfermarias, tem sido um dos fatores levados em consideração para justificar o plano de retomada gradual nas atividades da Capital