Trilhar uma carreira, seja qual for a área, requer do profissional proatividade para criar e buscar oportunidades de atuação. Pela experiência do engenheiro ambiental e sanitário Leonardo Holanda Lima, 26 anos, o segredo é expandir a mente e diversificar os caminhos.
A carreira de engenheiro ambiental não estava no radar de Leonardo até um mês antes do vestibular. Numa feira de profissões da escola ouviu uma palestra sobre a atuação deste profissional e se apaixonou pela atividade.
Entrou na Universidade de Fortaleza (Unifor) com bolsa atleta, trilhando, em paralelo, a vida de jogador de vôlei com a engenharia. A experiência no esporte lhe rendeu bons aprendizados, como a capacidade de liderança e gestão de pessoas, necessárias para atuação profissional. Afinal, engana-se quem pensa que na Engenharia Ambiental, o aluno vai ver apenas plantas ou viver fazendo cálculo.
"O curso de engenharia ambiental é para pessoas que têm uma paixão pelo meio ambiente, mas também precisa ter paixão por pessoas. É para você que tem potencial de fazer a diferença na vida das pessoas", resume Leonardo.
Como ilustra o egresso da Unifor, as experiências que teve em Organizações não Governamentais (ONGs) e associações comunitárias mostram como a atuação do engenheiro precisa enxergar o ser humano. Nesse sentido, ele deixa uma dica para os estudantes: "Se eu fosse entrar hoje no curso, iria me voluntariar, procuraria ONGs, instituições para participar de projetos voluntários, mesmo sem receber nada, porque isso dá uma bagagem muito grande e o networking faz coisas incríveis".
Empreender na profissão
Na graduação, Leonardo conta ter aproveitado várias oportunidades de expandir conhecimentos. Além de atleta, foi monitor e pesquisador, tendo publicado 29 artigos e 11 capítulos de livro. "Na Unifor, a gente tem uma chuva de oportunidades lá dentro, não só de pesquisa, monitoria, programas de liderança, mas também equipamentos tecnológicos para desenvolver projetos", indica.
Ainda estudante, Leonardo iniciou um projeto no Instagram que acabou virando negócio após a graduação, finalizada em 2019. Um perfil que divulgava informações sobre sustentabilidade no Brasil e no mundo foi o início de uma empresa de inovação para o setor industrial. “Foi uma grande paixão essa área de inovação, de criar coisas novas”, diz Leonardo.
“Durante essa experiência, desenvolvi projetos de inovação para o setor industrial e elaborei relatórios de sustentabilidade. Além disso, participei da Comissão Técnica da Certificação Praia Limpa da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Ceará (SEMA). Criamos a primeira certificação de praia do Brasil”, conta.
Hoje a empresa mudou de viés e passou a focar em ESG (sigla em inglês que, traduzida, representa Ambiental, Social e Governança), setor que abre um leque de oportunidades para engenheiros ambientais. “Diversos signatários globais e investidores responsáveis só aplicam o seu dinheiro em empresas que tenham estratégias voltadas para ESG, que mitigam os riscos ambientais, sociais e de governança. É um mercado que cresce absurdamente e movimenta trilhões de dólares”, pontua o profissional, hoje assessor ESG na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). “O Brasil está caminhando nesse setor. Dentro da Fiec, estamos elaborando um programa que vai incentivar as indústrias.
Oportunidades mundo afora
Em se tratando de meio ambiente e sustentabilidade, um problema local não afeta apenas um lugar, mas o Planeta. Com essa visão do todo, profissionais que expandem as buscas por oportunidades para além do Estado podem enriquecer a carreira.
Essa foi a aposta de Leonardo e deu certo. Faltando um mês para a graduação, ficou em primeiro lugar em um concurso internacional de inovação da Nestlé, chamado Desafio HENRi@Nestlé, que tinha como objetivo eliminar os canudos plásticos das embalagens longa vida.
Ano passado, quando a pandemia dificultou a realização de alguns trabalhos, ele conta que aplicou currículo e projetos em várias oportunidades abertas pelo mundo. Foram muitos e-mails enviados e três meses de espera. “Em um dia, recebi a notícia de que tinha passado em quatro oportunidades diferentes”, recorda animado.
Entre os programas internacionais, ele foi selecionado para fazer parte do The Green Institute's Internship (Nigéria) e United People Global (Global) Sustainability Leadership. “Ambos os programas estão me preparando para me tornar um líder global em sustentabilidade”, diz.
Cenário
Para Leonardo, quando se chega na graduação, é normal não enxergar a diversidade de oportunidades. Mas elas existem e o aluno deve buscá-las. “A área de sustentabilidade não tange apenas ao meio ambiente. A gente precisa enxergar que sustentabilidade é ser sustentável economicamente, ambientalmente, socialmente e na governança. Há um mar de oportunidades, principalmente porque têm diversas agendas globais focadas para isso e as organizações estão correndo contra o tempo para mostrar para os investidores e para a sociedade que elas estão fazendo essa parte”, analisa o profissional.
Para além da consultoria, a atuação do engenheiro ambiental é bem ampla. “Na área de sustentabilidade, dá pra atuar na parte de relatório, comunicação, estratégia. Eu vejo que, devido às agências, o pacto global, até 2030 tem muito o que fazer. Não digo só a nível Brasil, ou países em desenvolvimento, mas em países desenvolvidos também”, observa.
Estar com o radar ligado para as oportunidades, mas também ir em busca delas. A jornada do Leonardo mostra que a carreira na Engenharia Ambiental oferece diversidade de atuação, seja em âmbito local, seja internacional.
Saiba mais sobre o curso de Engenharia Urbana e Ambiental da Unifor