O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea) montou uma comissão de avaliação do caso de desabamento do Edifício Andrea. O comitê está catalogando documentos relativos à construção e manutenção do prédio e deve produzir um relatório técnico em até 15 dias. O trabalho também vai analisar a conduta e possíveis negligências dos profissionais responsáveis pelos serviços, o que pode gerar penalidades ou até a suspensão do registro de engenheiro.
A comissão “não vai fazer nenhum tipo de laudo pericial. Vai juntar documentos pra saber da responsabilidade técnica do empreendimento, reformas, riscos, da construção até a queda. E preparar um relatório com informações técnicas, a ser repassado pros órgãos, perícia, polícia civil e quem se interessar”, esclareceu o presidente do Crea, Emanuel Maia.
O edifício desabou na manhã desta terça-feira (15), no cruzamento das ruas Tibúrcio Cavalcante com Tomás Acioli, no Bairro Dionísio Torres, em Fortaleza. Até o início da tarde desta quinta-feira (17), cinco mortes foram confirmadas e pelo menos cinco pessoas continuam desaparecidas.
Um documento averbado em cartório revela que o imóvel foi registrado no ano de 1982, já com a informação de que possuía seis andares e a cobertura, que era o sétimo andar do prédio residencial.
A equipe do Crea busca os documentos legais do empreendimento, como matrícula, certidão, IPTU e alvará.
Um documento de reforma, uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), havia sido registrado um dia antes do desabamento.
Pelo documento, a obra custaria R$ 22.200 e teve início na segunda (14), com previsão de término em 12 de dezembro de 2019. Está assinada por um engenheiro civil. A Anotação informa que atividade técnica a ser realizada seria "recuperação de construções" e "pintura". O engenheiro técnico cujo nome consta no documento não foi encontrado ainda pela reportagem.