Ceará conquista duas medalhas de ouro e uma de bronze na Olimpíada de Astronomia e Astronáutica

Os estudantes cearenses são de duas escolas privadas e uma pública localizadas em Fortaleza. A competição reuniu estudantes de 10 países da América Latina

O Ceará conquistou duas das quatro medalhas de ouro e uma de bronze na 12ª Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA) 2020. A etapa final da competição ocorreu entre os dias 16 e 30 de novembro em formato remoto. Já o resultado foi divulgado na última segunda-feira (30). Os estudantes cearenses são de duas escolas privadas e uma pública de Fortaleza.

Os estudantes Bismark Mesquita do Nascimento (ouro), da Escola de Ensino Médio Governador Adauto Bezerra; Beatriz Rodrigues de Freitas (ouro), do Colégio Farias Britos, e Gustavo Sobreira Barroso (bronze), do Colégio Antares, integraram a equipe brasileira na OLAA. 

Além do Brasil, participaram alunos da Bolívia, Colômbia, Colômbia, Equador, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai. Conforme o cronograma da competição, foram realizadas quatro provas, sendo uma teórica individual e outra em grupo, outra de observação e uma última atividade simulada de foguetes. 

Desafios

Para Bismark Mesquita, que pretende cursar Física na Universidade Federal do Cerará, a última etapa de treinamentos virtuais foi a mais desafiadora. "Tanto pelo nível de dificuldade das provas e do preparo, como da situação de pandemia porque a gente teve que se adaptar bastante", relata. 

Entre os quatro brasileiros medalhistas de ouro, apenas Bismark é da rede pública de ensino, o que potencializa a importância do resultado, diz. Ele complementa que a conquista serve para motivar outros alunos a participarem de eventos científicos, mesmo com os dilemas históricos da educação. 

"Tem um significado muito grande porque são poucos os alunos de escola pública que participam de olimpíadas com essa. Eu creio que isso serve até de incentivo para que mais alunos de escolas públicas possam ingressar nesse meio e acreditar que é possível independente de todas as dificuldades". 

Conquista

No dia da cerimônia de divulgação dos resultados da OLAA 2020, Beatriz Rodrigues de Freitas, 18, revela que o nervosismo predominou até a hora em que viu seu nome na lista de ouro. Desde então, lembra, a tensão deu lugar a satisfação.

"O nervosismo era só porque eu sabia que todos os participantes eram muito inteligentes. Depois, eu fiquei bem feliz ao saber que no meio de tanta gente boa, eu consegui pegar uma medalha de ouro", avalia. 

Por trás do resultado, no entanto, Beatriz detalha que o processo envolveu uma intensa rotina de estudos individuais e coletivos. "A gente tem uma fase online em que a gente estuda sozinho. E só quando começa o treinamento, a gente tem algumas aulas com os professores da OLAA com chamadas virtuais e uma lista semanal de exercícios". 

Apesar de participar de olimpíadas desde o ensino fundamental, a estudante considera que a OLAA tem um significado "mais profundo" em razão do contexto epidemiológico provocado pela Covid-19.

"Eu digo que é mais especial também porque essa foi completamente diferente das que eu já participei por causa da diversidade de países, e por ser um ano de pandemia, foi uma conquista ainda maior", pondera.