Carnaval em casa: ações e contexto reforçam a importância de evitar aglomerações

Medidas estão sendo tomadas para evitar o crescimento das taxas de contágio. Números do sistema de saúde demonstram que momento é de cautela

Programado para começar na próxima segunda-feira (15), o Carnaval, um dos períodos mais aguardados por toda a população brasileira, foi cancelado no Ceará e em diversos outros estados do País em virtude da pandemia da Covid-19. Como aglomerações são a principal forma de contágio da doença, evitar compartilhar espaços com outras pessoas é a recomendação de entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Além do cancelamento da data, cidades que são tradicionais palcos de festas no Ceará estão tomando medidas para evitar aglomerações e o crescimento das taxas de contágio. Na última quarta-feira (10), o governador Camilo Santana anunciou uma série de ações para auxiliar no controle da Covid-19. Entre os dias 12 e 17 de janeiro, haverá controle da entrada e saída de veículos de Fortaleza, além da suspensão da circulação de transporte intermunicipal. A exceção será somente em casos de saúde, trabalho, transporte de cargas, entre outras.  

Para além dessas decisões, outros fatores também corroboram para que a população permaneça em casa durante o período de Carnaval. 

Ações nos municípios

Algumas cidades do Ceará, tradicionais espaços de festas de Carnaval, tomam medidas para que não ocorram aglomerações nos municípios. Em Paracuru, por exemplo, estão sendo instaladas barreiras sanitárias nos acessos à cidade, além de proibições dos “paredões de som”, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos, entre outras restrições. Em Caucaia, as barreiras sanitárias também estarão presentes. Aos fins de semana, barracas de praia funcionarão somente até às 16 horas. 

Já em Jijoca de Jericoacoara, em decreto publicado no dia 30 de janeiro, a entrada na vila será restrita somente a moradores e pessoas com hospedagem comprovada. O documento veta a concessão de ponto facultativo. As restrições começaram no dia 10 deste mês e seguem até 17 de fevereiro. 

Em Aracati, onde se localiza a praia de Canoa Quebrada, o decreto é válido entre os dias 11 e 17 de fevereiro. Durante o período, está vetado o funcionamento de bares e clubes, festas em restaurantes, barracas de praia e afins, “paredões de som”, entre outros. 

Taxa de ocupação

Até ontem (11), a taxa de ocupação das UTIs do Estado estava em 86,98%, de acordo com a plataforma IntegraSus, que compila informações de hospitais da rede pública e privada do Ceará. No Hospital Leonardo Da Vinci, por exemplo, um dos equipamentos focados no tratamento da doença, registra taxa de ocupação acima dos 90% tanto para UTI quanto para enfermaria. 

Outros equipamentos da rede pública, como o Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, Hospital Regional Norte, em Sobral, e Instituto José Frota, na Capital, registram índices de ocupação acima de 90% nas UTIs. 

Nova variante

Em nota divulgada no início de fevereiro, o Ministério da Saúde pontua que a nova variante da Covid-19 no Brasil, originada em Manaus, no estado do Amazonas, possui uma taxa de contágio superior ao vírus que já estava presente no País. Dessa forma, uma das indicações da pasta foi a suspensão de viagens não essenciais, especialmente para áreas com incidência da variante. 

Na última segunda-feira (8), a variante foi confirmada no Ceará em três pacientes. Outros 90 estão sob análise da Secretaria da Saúde (Sesa) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os casos confirmados da nova cepa estão estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Roraima, Pará, Paraíba, Santa Catarina e Sergipe. A recomendação do Governo do Estado é que seja realizada quarentena de 14 dias para viajantes que cheguem dessas localidades. 

Vacinação ampla ainda está distante

De acordo com a Sesa, até ontem (11), o Ceará contava com 204.945 pessoas vacinadas. Atualmente, a imunização se dedica aos profissionais da saúde na linha de frente e idosos a partir dos 75 anos. A vacinação está sendo realizada via sistema drive-thru, em domicílio e por acolhimento. Outra questão é de que não há doses de vacina suficientes para todos no Brasil. Logo, ainda não há previsão de quando os outros grupos de pessoas serão imunizados, o que torna os cuidados necessários por mais tempo.