Entre dificuldades, limitações e problemas inerentes a quem depende de transporte público no País, presenciar ou passar por um ato de violência é, de longe, a situação mais temida entre os usuários. Em Fortaleza, o número de arrastões a ônibus chegou a 43 de janeiro a junho deste ano. O levantamento, do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), se refere a assaltos cometidos exclusivamente contra passageiros.
A empresa aponta, no entanto, queda no número de assaltos aos coletivos, ou seja, aqueles em que o caixa dos cobradores é o alvo. No primeiro semestre de 2019, foram registrados 302 ocorrências, o que representa uma redução de 59% em relação ao mesmo período de 2018, quando 720 casos foram contabilizados. Em relação a 2017 a redução foi ainda maior, de 77%, quando- também de janeiro a junho - 1.319 assaltos foram registrados nos ônibus da Capital.
A atuação mais estratégica das Polícias Civil e Militar estão entre os fatores determinantes para essa redução, segundo avalia o gerente de Operações do Sindiônibus, João Luís Maciel. "A Polícia Militar está focada nos locais e áreas onde a gente indica que ocorrem os assaltos, houve um envolvimento maior da Polícia Civil para poder gerar inquérito, o próprio secretário de segurança faz reunião com a gente mensalmente, acompanha os dados e cobra dos comandantes resultados", afirma.
O segundo fator a gerar impacto positivo no cenário, complementa, é a ampliação da oferta de carros com tarifa exclusiva via crédito eletrônico, atualmente em 30% de toda a frota. A progressão do autoatendimento, ainda conforme Maciel, tende a acontecer nas linhas onde é verificado o crédito eletrônico como a opção mais utilizada entre os usuários.
"Hoje de cada 10 pessoas que pegam ônibus 8 já pagam usando o cartão eletrônico. Com essa frota, a tendência é que o número de assaltos diminua, já que não possui dinheiro certo no carro. Das 43 ocorrências contra passageiros, somente em dois casos os veículos eram de autoatendimento", destaca.