Depois de 350 amostras analisadas de janeiro a julho deste ano, o Laboratório de Diagnóstico de Raiva, do Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen), comprovou que os saguis são os maiores transmissores da raiva no Estado. Dos 17 resultados positivos para raiva, 6 eram de saguis (soim), 3 de raposa, 3 de cão e 5 de outros animais.
Os principais transmissores da raiva para humanos são os cães e gatos, no ciclo urbano, sagui, raposa, guaxinim e morcego, no ciclo silvestre. O Ministério da Saúde exige a realização de duas provas laboratoriais para o diagnóstico da raiva, a imunofluorescência direta (IFP) e a prova biológica (inoculação em camundongo ? IC).
Em março de 2012, um garoto de 9 anos morreu de parada cardiorespiratória por contrair raiva humana após ser mordido por um sagui em Barbalha. Foto: Cid Barbosa
O material para análise é coletado da medula espinhal dos animais transmissores em laboratórios como o Lacen, que realiza o diagnóstico de raiva humana e em animais de pequeno porte para todos os municípios do Estado, para o Centro de Controle de Zoonoses da capital e para outras instituições, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os resultados dão suporte às ações de vigilância epidemiológica e de controle de zoonoses.
A doença
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) a raiva é uma zoonose viral que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal. Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva e, portanto, podem transmiti-la. A doença apresenta dois principais ciclos de transmissão: urbano e silvestre, sendo o urbano passível de eliminação, por se dispor de medidas eficientes de prevenção (vacina e soro antirrábico), tanto em relação ao ser humano, quanto aos animais, que são a fonte da infecção.
Ao ser agredido por animais, deve-se lavar imediatamente a ferida com água e sabão em abundância e imediatamente procurar assistência médica, pois somente o profissional de saúde poderá realizar avaliação do paciente, e se necessário indicar o tratamento profilático antirrábico humano.
Em casos de agressão por animais silvestres, como os morcegos, macacos, saguis, raposas, mesmo que ferimentos pequenos, o tratamento profilático antirrábico humano é imprescindível e deve ser buscado o mais rápido possível, antes do aparecimento de sintomas. Com o tratamento adequado é possível conter a doença. Mas para evitar qualquer risco, o mais indicado ainda é deixar os animais silvestres em ambientes naturais e evitar o contato ou atraí-los para o convívio doméstico.