Veja os critérios e motivos que fizeram o Ceará contratar Marlon

Apesar de contestado por parte da torcida, ex-Fortaleza chega a Porangabuçu com aval do técnico Guto Ferreira, análise detalhada de características e visto como atleta capaz de se encaixar como "curinga" no modelo de jogo do Vovô

O futebol cearense não precisa de grandes jogos para ser movimentado. Os bastidores dos clubes reservam capítulos que aquecem as discussões entre torcedores e também a rivalidade. Um deles foi escrito, ontem, quando o Fortaleza anunciou a rescisão com o meia Marlon, que assinou pré-contrato para defender o arquirrival Ceará na temporada 2021, sendo o primeiro reforço Alvinegro para o ano que vem.

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O vínculo será de dois anos, algo fundamental para o aceite do atleta. A contratação, que é vista com desconfiança por parte da torcida, ocorre por alguns motivos. O Diário do Nordeste apurou e traz os critérios que levaram o Ceará a contratar Marlon.

Bastidores

A negociação se desenrolou de forma rápida. O Fortaleza negociava a renovação de Marlon, que se encerraria no fim de dezembro. O jogador tinha desejo de contrato de dois anos, e o clube havia oferecido vínculo até o fim de 2021. O empresário de Marlon, então, contactou o Ceará.

Com o nome na mesa, o Ceará repassou a possibilidade ao técnico Guto Ferreira, que acenou positivamente para a contratação. Marlon já era monitorado pelo Vovô desde quando defendia o Sampaio Corrêa, e Guto também o havia indicado para o Bahia.

Na última semana, o Alvinegro formalizou proposta em moldes vistos como positivos por Marlon e seu representante. Além do tempo de contrato, um salário mais alto e o recebimento de luvas.

Na noite de segunda-feira (30), o executivo de Futebol do Vovô, Jorge Macedo, entrou em contato com o executivo de Futebol do Leão, Sergio Papellin, informando sobre a proposta e a negociação. Marlon já havia aceitado os termos do Vovô e o pré-contrato foi assinado na terça-feira (1).

Aval de Guto

Marlon chegará ao Ceará com aval do técnico Guto Ferreira, e um fator é primordial para isso: as características que se encaixam no modelo de jogo. Marlon está longe de ser um jogador tecnicamente brilhante. Porém, nos aspectos tático e físico, cumpre as funções e entrega o que os treinadores pedem.

Guto gosta de jogar em transições. Jogadores marcando forte, atacando em velocidade e, sem a bola, voltando na recomposição. Neste modelo, Marlon geralmente vai bem.

No atual sistema do Alvinegro, o meio-campista de 30 anos pode atuar nas quatro posições da linha de meio-campo, seja como extremo dos dois lados ou então internalizado, como primeiro ou segundo volante. No Fortaleza, já jogou até como lateral.

Pela versatilidade, pode de vir a ser uma alternativa semelhante a Fernando Sobral, definido pelo próprio Guto como um "curinga".

Oportunidade de mercado

Marlon não era um nome que constava na lista do Ceará como prioridade de contratação. Surgiu e ganhou mais força como oportunidade de mercado após ter sido oferecido.

Além disso, é um atleta que já está adaptado na cidade, então seria um fator a menos de preocupação. Para acertar com um nome novo, de fora do Estado, poderia ter um pouco mais de dificuldade neste quesito.

Com o atual mercado fechado, o departamento de futebol do Alvinegro enxergou no meio-campista também uma possibilidade que se encaixa na realidade financeira do clube alvinegro.

Sem precisar pagar nenhuma quantia para adquirir os direitos econômicos, o clube arcará somente com os salários e luvas, o que foi visto com bons olhos pela cúpula do departamento de futebol.

Em outro contexto e com um treinador que atua em outro modelo de jogo, Marlon pode encaixar. Certo é que esta é uma contratação que tem desconfianças e só o tempo dirá se a resposta será positiva.