Sindicato no CE diz que atletas não concordam com corte salarial, mas confia em solução para todos

Presidente da entidade, Marcos Gaúcho afirmou que a escolha financeira dos cearenses pode ser diferente do cenário nacional

As negociações para resolver o impasse fianceiro entre atletas e clubes sem calendário está avançando no futebol cearense. Apesar da Comissão Nacional de Clubes (CNC) emitir uma proposta na segunda (23) aos jogadores - com a redução salarial de 25% durante a pandemia do novo coronavírus entre os pontos listados - o presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará (Safece), Marcos Gaúcho, acredita que o projeto pode ser outro no cenário local.

Em contato com o Diário do Nordeste, o mandatário afirmou que manteve contato com as diretorias das equipes cearenses no intuito de atender a demanda do profissionais regionais. "Conversei com o presidente Newton Filho (Ferroviário), com Robinson de Castro (Ceará) e Marcelo Paz (Fortaleza). O momento é de diálogo, de conversa, de entendimento. A receptividade foi muito boa para todos os clubes. Talvez a solução que encontremos aqui não seja boa para o Flamengo, mas seja boa para nós, dentro da linha que a gente atua", pontuou.

A oferta da CNC para times da Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro envolve também férias coletivas a partir de abril, mais 10 dias na transição de 2020 para 2021. No contexto local, Marcos Gaúcho ressaltou que não existe uma unanimidade sobre a posição dos atletas, mas todos compreendem o momento financeiro das equipes e buscam o melhor para ambos os lados.

"Os atletas acompanham tudo em tempo real. Não é fácil ter uma unidade, os problemas dos clubes são diferentes. Flamengo está em dia, o Vasco não, por exemplo. Conversamos com jogadores dos grupo de Ferroviário, Guarany, Ceará e Fortaleza, por estarem em nível nacional, mas conversamos com todos. A princípio, não chegou ainda a um denominador, mas estamos conversando com os presidentes dos clubes e com as lideranças, para tentar, de acordo com a realidade de cada clube, buscar uma solução", explicou.

Solução conjunta

O contexto inédito também pode resultar na união das diretorias de Ceará e Fortaleza para encaminhar o melhor cenário. Com níveis financeiros maiores que os demais do Estado, além de disputar a 1ª divisão, os times podem trabalhar juntos para encontrar um ponto viável nas negociações.

O presidente da Safece exaltou os dirigentes alvinegros e tricolores na tentativa de uma proposta. O Vovô deve emitir uma resposta até sexta-feira (27).

"Queremos proteger tanto clube como trabalhador. Eles (Robinson e Paz) demonstraram grande preocupação e interesse em resolver o caso e a gente viu uma disponibilidade fantástica. Eles ficaram de fazer uma proposta para que possamos iniciar a negociação. Acredito que são gestões responsáveis, humanas, entendem as preocupações dos atletas. Marcelo Paz não deu prazo, já o Robinson, até sexta, teria solução. Avaliando a parte financeira, (atletas) estão otimistas", declarou.

Com o alto risco de contaminação da Covid-19, a doença do novo coronavírus, tanto Ceará como Fortaleza suspenderam as atividades. Os atletas estão realizando treinos em casa e contam com uma cartilha de exercícios e dicas nutricionais.