O Rally dos Sertões está quase no fim, faltam pouquíssimos quilômetros para o comboio cruzar a linha de chegada, hoje, no Porto das Dunas, em Aquiraz. Depois de sete etapas e, até aqui, 2.840 km de trechos cronometrados, é muito pouco provável que ocorram mudanças na pontuação geral. Mas é importante registrar que, até a bandeirada final, tudo pode acontecer. Quem está à frente e em vantagem, obviamente, tende a administrar sua posição e fazer o máximo para minimizar seus riscos.
A questão é que a especial de hoje é curtíssima: serão apenas 18km já do lado da rampa de chegada. Todos os competidores sairão de Crateús em deslocamento (serão 428km) para, ao chegar em Aquiraz, formarem o grid e largarem para a final.
Estaria então o resultado definido? Não. Porque, se em qualquer esporte vale a máxima de que tudo só termina no fim, no rali, isso é potencializado por ser uma competição que vai além da velocidade. Ao observar os competidores mais de perto, veremos casos como o do piloto Rami Sfredo, que sofreu um acidente na 1ª etapa e fraturou o pulso.
Os médicos que o atenderam informaram que seria impossível continuar na prova, pois a dor seria absurda. Ele não se intimidou, era a 3ª vez que tentava participar da competição e tinha problemas logo no começo, recusou-se a abandonar e avisou: "O meu pulso vai aguentar e eu vou chegar ao fim". Rami segue na prova, com dores, mas sem permitir que nada roube dele a alegria de realizar o sonho de fazer um Sertões.
Outra máxima é observar pilotos como Riamburgo Ximenes e Guilherme Spinelli. Riamburgo e seu navegador Flávio França, tiveram dias conturbados e ficaram horas à espera do resgate dentro do Jalapão. Chegaram no apoio já de madrugada, foram recebidos pelos seus mecânicos e, poucas horas depois, já alinhavam para a largada. Guilherme Spinelli e Youssef Haddad capotaram na 6ª etapa e também passaram pela mesma situação de espera, resgate, reconstrução do carro e relargada.