Neymar enviou R$ 800 mil para reduzir pena de Daniel Alves, diz jornal

Ex-lateral da Seleção Brasileira está preso há cerca de um ano

Perto de completar um ano preso sob acusação de estuprar uma mulher de 23 anos, Daniel Alves pediu ajuda financeira e jurídica de Neymar e família. Segundo o portal UOL, o pai do craque da seleção brasileira, Neymar da Silva Santos, depositou 150 mil euros (aproximadamente R$ 800 mil) ao ex-jogador do São Paulo e do Barcelona, que utilizou a quantia para reduzir a pena caso seja condenado. O atleta afirma que a relação foi consensual e alega inocência. 

No início da tarde, Neymar Pai conversou com Emerson Sheik, comentarista da CNN, e confirmou o valor. Segundo a CNN, o empresário disse que preferiu “ter o peso de acreditar em um amigo do que virar as costas para alguém”. Para ele, a contribuição financeira é “uma ajuda a um amigo”.

"Até o momento, a presunção de inocência é válida no mundo inteiro. Ou a gente participa de um pré-linchamento e julgamento público ou tentamos ajudar um amigo e deixamos a Justiça decidir o destino do Daniel", disse Neymais Pai.

Valor pago

O valor pago por Daniel Alves à Justiça da Espanha com o dinheiro transferido pela família de Neymar é referente a uma multa chamada de "atenuante de reparação de dano causado". Assim, apesar do pedido de 12 anos de prisão feito pelo Ministério Público da Espanha, a tendência é que Daniel Alves, se condenado, permaneça no máximo seis anos atrás das grades. A advogada da denunciante contesta a possível redução da eventual pena.

Ainda de acordo com a publicação, o pagamento ocorreu em 9 de agosto do ano passado. Um comprovante da transferência do valor pela família de Neymar a Miraida Puentes, ex-advogada de Daniel Alves, serviu como prova. Procurada pelo site, ela não se manifestou sobre o assunto. Cristóbal Martell, que trabalhou na defesa do brasileiro ao lado de Miraida se recusou a comentar o caso. Atualmente, o jogador é representado no processo por Inés Guardiola.



O UOL também informou que Daniel Alves contou com o apoio jurídico de Gustavo Xisto, um dos representantes jurídicos mais antigos das empresas do pai de Neymar. O jogador constituiu o advogado como procurador em 28 de junho de 2023, mesmo dia em que Dinorah Santana, mãe dos filhos do atleta e até então sócia, foi destituída da gestão do patrimônio de Daniel Alves. Procurado pelo Estadão, o advogado não se manifestou.

Dinorah acionou a Justiça do Rio de Janeiro, em agosto do ano passado, cobrando de Daniel Alves R$ 13 milhões em pensão alimentícia. O jogador teve bloqueados R$ 7 milhões além de 30% do que recebe mensalmente do São Paulo pelo acordo de pagamento de salários atrasados.

A Justiça espanhola marcou o julgamento de Daniel Alves para os dias 5, 6 e 7 de fevereiro. Além do pedido de 12 anos de reclusão, pena para crimes envolvendo agressão sexual na Espanha, o MP solicitou, ainda, dez anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena em cárcere, e que ele seja proibido de se aproximar da vítima, assim como de se comunicar com ela, pelo mesmo período.

Ao longo do período detido, Daniel Alves mudou sua versão sobre o caso por diversas vezes, trocou de defesa e teve negados três pedidos de liberdade provisória, com a Justiça citando risco de fuga.