Ita, o goleiro do título do Norte-Nordeste de 1969, conta detalhes da idolatria nas épocas de Vasco

Ex-goleiro conta como foi a batalha de três jogos contra o Remo que deu o título ao alvinegro cearense

O ex-goleiro Ita, hoje com 82 anos de idade, fez parte do lendário time do Ceará que conquistou o Torneio Norte-Nordeste de 1969, primeiro grande título de expressão do futebol cearense. Além disso, o jogador foi ídolo do Vasco da Gama na década de 60.       

Antes de chegar ao Ceará, Ita conviveu com grandes craques do futebol brasileiro. O goleiro chegou a jogar com Brito, zagueiro tri campeão do mundo com a seleção brasileira em 70, atuou ao lado do lendário goleiro Barbosa, titular do Brasil na copa de 50, conviveu com Telê Santana e com o ex-goleiro Castilho, também campeão mundial com a seleção canarinho. Fora isso, fez parte do mesmo grupo do maior ídolo do vozão, o ex-atacante Gildo.

Ouça o bate-papo com os craques

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"O Barbosa foi meu professor e me ajudou a ser goleiro, eu aprendi muito com ele no Vasco, ele me deu confiança na minha estreia contra o Botafogo. Ele foi um grande amigo meu e ninguém conversava com ele sobre 1950, era um trauma. Já o Castilho foi quem me deu uma luva de lã na época porque ninguém usava luva, eu nunca usei luvas como os goleiros de hoje em dia usam. Sobre o Gildo, ele era gente da melhor qualidade e um verdadeiro líder em campo", relembra.

Trajetória

Depois da trajetória vitoriosa pelo Vasco da Gama, Ita passou pelo Remo e pelo América-RJ até chegar ao Ceará, onde viveu mais um grande momento na sua história como atleta. Afinal de contas, ele foi o goleiro titular do Ceará na conquista da Copa Norte-Nordeste de 1969. Com carinho, Ita recorda da dificuldade em derrotar o Remo e levantar o maior título, até então, da história do futebol cearense.

"Eu nunca joguei no Castelão porque ainda estava em reforma, então os jogos eram no PV e naquele dia estava lotado. Eu lembro que perdemos a primeira partida e estávamos perdendo aqui de 2 a 0. A gente conseguiu virar o jogo para 3 a 2, daí, na segunda partida, o Remo estava abatido e atropelamos eles ganhando de 3 a 0. Foi uma festa na capital, a gente não podia andar na rua que era parado pelo torcedor, foi muito gratificante aquela conquista".

Saudade

Mesmo depois de 52 anos, Ita ainda se emociona ao lembrar da capital cearense, terra de onde guarda muitas saudades e amigos também. Sobre o momento histórico da decisão de 69, o ex-paredão alvinegro recentemente entregou ao museu do Ceará a camisa do jogo e a bola da final, mesmo contra a vontade da família.

"A minha senhora (Dona Valda, esposa de Ita) adora Fortaleza e nós temos muitos amigos aí nessa terra linda. E sobre a camisa e a bola do jogo da final, recentemente dei uma entrevista para o Ceará e decidi entregar essas relíquias para o museu do clube. A gente sabe que um dia vai embora da vida e o clube continua, então nada mais justo que fique no museu do clube, mesmo os meus filhos não gostando da ideia, eles queriam que eu guardasse aqui".