A semana que começou com o dissabor de uma goleada sofrida na Série C do Brasileiro termina para os corais com duas alegrias. A primeira foi a volta do técnico Paulinho Kobayashi, que levou o time coral ao título da Série D no ano passado. A segunda foi o aniversário de 91 anos do clube da Barra do Ceará, que foi comemorado nesta quinta-feira (9), com direito a bolo para o Tutuba, mascote da equipe, soprar as velinhas.
Na marca histórica, que aproxima ainda mais o Ferroviário do centenário, o atual presidente coral, Aderson Maia Júnior, celebra algumas conquistas recentes, mas reforça que a diretoria ainda luta para enfrentar algumas dificuldades. "A gente vem tentando, a cada dia, melhorar a estrutura física do clube. Em termos de futebol, houve um revés agora complicado, mas estamos fazendo as devidas mudanças no tempo certo e tem a questão financeira que é sempre uma dificuldade", resumiu.
Uma das principais conquistas da atual gestão, segundo Aderson, foi pacificar os bastidores do clube. O presidente relata que o clima na Barra do Ceará hoje é harmônico e que isso favorece na busca pelos resultados almejados.
"Se o Ferroviário permanecer com a diretoria unida; a sintonia entre torcedor, diretoria, comissão técnica e elenco (for mantida), com certeza vamos conseguir coisas melhores nos próximos anos. O Ferroviário teve tempos conturbados com questões de gestão, na parte diretiva. Um dos maiores trabalhos que tenho é evitar que se crie essa situação novamente", disse o dirigente.
Para os próximos anos, a diretoria coral planeja construir dois pilares de sustentação para o Tubarão da Barra: independência financeira e estabilidade nas competições, principalmente o Campeonato Brasileiro.
Para a questão financeira, Aderson afirma que já se estudam movimentos. “Precisa dessa independência e talvez uma SAF seja solução. A gente esteve reunido em São Paulo com várias agências que são especializadas em Sociedade Anônima do Futebol e estamos tentando sair do embrionário para algo mais concreto, aí vai caber estudo, requer não só presidente, mas conselho deliberativo aprovar; para nos próximos dez anos esta independente (financeiramente), numa Série B, pelo menos, estabilizado", projeta o presidente.
Saúde financeira
Enquanto o tema SAF é amadurecido, a diretoria coral busca outras soluções para honrar todos os compromissos do Ferroviário. O presidente do clube relatou que esteve em São Paulo nas últimas semanas para buscar recursos externos, publicidades e patrocínios a nível nacional.
Aderson garante que o Tubarão está conseguindo cumprir com todas as obrigações, porém muito próximo da margem. "O clube hoje está todo em dias, mas estamos no limite financeiro, então, hoje, não posso pagar algo a mais se eu não buscar alguma coisa de fora. O que entra está saindo", disse.
O dirigente também relatou que há planos de ter uma reserva financeira para dar um “upgrade” na reta final da Série C e afirmou que o nível da competição, bem como o investimento necessário para ser competitivo nela subiu.
Infra-estrutura
As melhorias recentes feitas na sede do clube, algumas inclusive a pedido do técnico Maurício Copertino, são motivos de orgulho para quem faz a gestão do clube. “Hoje o Ferroviário não deve a nenhum clube em termos de equipamentos e estrutura na fisioterapia e fisiologia. A academia foi reestruturada, em parceria. A gente está satisfeito, mas sempre tem que buscar algo mais", disse Aderson.
O presidente coral, no entanto, tem consciência que tem um débito com o clube e com os torcedores. "Eu ainda estou devendo para o torcedor a infraestrutura do estádio Elzir Cabral, por mais que eu use como CT, não tenho objetivo de jogar aqui, mas tenho que deixar o estádio apto e precisa recuperar a iluminação também”, afirmou.
Sem novas trocas
Com Paulinho Kobayashi apresentado no dia do aniversário do Ferroviário, o presidente coral afirmou ao Diário do Nordeste que não trocará mais de treinador até o fim da temporada. Se a resposta com a mudança não for tão rápida, o dirigente disse que buscará caminhos diferentes.
“Não vou mais ficar trocando de treinador, vou pra outros campos agora, se for necessário, vamos para o terceiro treinador e não é filosofia nossa ficar trocando”, disse.
Novos torcedores
Além de melhorias estruturais e investimento, um clube é feito por sua torcida e o Ferroviário tem trabalhado para recuperar terreno neste campo. Aderson acredita que é necessário o clube voltar a ganhar títulos, como fez ano passado, mas cita os movimentos sociais que o clube tem executado como uma das estratégias.
"Títulos trazem torcedores e o Ferroviário passou uma década esquecido, não só por essa questão, mas porque não houve trabalho de potencializar torcedores. Esse é o nosso objetivo que estamos trabalhando esse ano, com o departamento social, de tentar tentar trazer a comunidade da Barra do Ceará e adjacências, a princípio, por isso a meia solidária, levar onibus de crianças carentes, com idosos, para levar para os nossos jogos. A gente, primeiro, tem que mostrar quem é o Ferroviário hoje para esse público e depois mostrar os resultados para eles, para que comecem a ser os verdadeiros torcedores do Ferroviário ou o futuro torcedor do clube”.