Eduardo Arruda detalha situação do Depto de Esportes do Ceará e explica arrecadação de investimentos

Diretor está no clube desde 2017 e agora assume o setor de esportes

Na tarde desta terça-feira (12), Eduardo Arruda foi apresentado oficialmente como novo diretor de esportes do Ceará e concedeu entrevista coletiva na sala de imprensa do CT de Porangabuçu. Na oportunidade, o dirigente detalhou a situação do futebol feminino e do futsal, esportes que trouxeram muitas conquistas ao Vovô nos últimos anos.

"Todos sabem do que nós passamos no início da temporada. A questão financeira que foi explicada e deixada alinhada com todos os torcedores e com a imprensa. Mas, quando o João Paulo assumiu a presidência, nós conversamos e ele me deu total autonomia para tentar recuperar tal situação, tentando fazer investimentos em contratações. Os dois departamentos foram agraciados com contratações, a gente conseguiu ainda no feminino, na Série A, por volta de 12 contratações, que foi quando a gente amenizou as pancadas que estávamos levando na competição. Nós tínhamos que proteger a imagem do clube, proteger o Ceará. Nós conseguimos fazer isso, mesmo com a queda. Finalizou a competição e eu pedi ao João Paulo para que não cortasse esse valor que tinha sido dado para o futebol feminino. Ele entendeu plenamente, e nós remontamos a equipe, demitindo algumas meninas e contratando outras. Contratamos sete atletas, o preparador físico campeão brasileiro, voltamos o Erivelton, campeão da Série A2 no ano passado conosco. Estamos remontando o grupo do futebol feminino para que a gente possa buscar esse título do Campeonato Cearense agora no final do ano. A competição inicia agora no final de setembro. Também estamos disputando o sub-17 com o Felipe, que é o auxiliar do Erivelton e treinador da base. Já iniciamos a competição com um jogo em Juazeiro, onde nós vencemos o Fortaleza por 2 a 1", afirmou. 

"O futsal tem a mesma situação. Nós também passamos por esse aperto financeiro no começo da temporada e o João Paulo também abriu totalmente as condições da gente renovar o nosso elenco e conseguimos agora, recente, fazer uma remontagem, trazendo de 7 a 8 atletas. Finalizamos a Copa do Estado, que é como se fosse uma edição do Campeonato Cearense só que no início de temporada, em terceiro lugar. Tínhamos garotos, realmente, jogando com a camisa do Ceará. A camisa pesa, mas, mesmo assim, chegamos à semifinal e por pouco a gente não conseguiu levar o time à final. Agora vamos disputar o maior título estadual desses últimos anos, principalmente na era moderna do futsal, que é um pentacampeonato. Nós voltamos com o futsal em 2019, e, de lá pra cá, o Ceará vem sendo campeão todos os anos. Eu só tenho a agradecer muito ao João Paulo, ao Carlos Moraes e ao Alexandre Frota, que nos deram condições de trabalho para voltar aquilo que a gente já tinha feito. A gente sabe que são dois departamentos vitoriosos, de conquistas e de títulos que o clube tem nesses últimos anos. Mas nós respeitamos o momento que o clube viveu e agora é remontar e buscar o que esses dois esportes nos deram nestes últimos anos, que são vitórias e títulos", completou.

Além dos dois esportes já tradicionais, Eduardo falou sobre a inserção dos esportes olímpicos no Vozão. De acordo com ele, o Ceará já iniciou o processo para a inserção de três modalidades olímpicas, inclusive fechando uma parceria com uma dupla feminina campeã mundial de vôlei de praia. 

"Iniciamos a temporada e o João Paulo foi procurado por dois conselheiros: o Andrade, que é o nosso coordenador de esportes olímpicos, e o Evaldo, coordenador de projetos. Foi apresentado um projeto do CBC, que é o Comitê Brasileiro de Clubes, onde ele acolheu, procurou estudar aquilo que estava recebendo, entendeu, e aprovou. Ele trouxe para minha pasta essas modalidades em convênio com o CBC. São possibilidades futuras da gente participar dos esportes olímpicos, a gente tentar até ter atletas participando de Olimpíadas. Iniciamos com o voleibol de quadra, em uma parceria com um time chamado Ceará Vôlei, então o nome já alinha uma coisa com a outra. Um time vitorioso aqui do estado. Fizemos essa parceria e contratamos os treinadores, a supervisora que está à frente. Já participamos de algumas competições cearenses e do Nordeste. Fomos vice-campeões em duas categorias. Essa semana, fechamos a parceria com os nossos treinadores de vôlei de praia, técnicos com vasta experiência. Um deles é o Reis, que é treinador de Olimpíadas. Também estamos fechando com a dupla Carol Horta e Ana Luiza, que foram campeãs mundiais de uma etapa agora recente do Circuito Mundial. Inicia em Fortaleza uma competição agora quarta-feira, que vamos participar com quatro categorias no vôlei de praia. Dando essa continuidade no processo do CBC, dessa parceria que estamos fazendo com os outros esportes. Mais pro final de setembro a gente começa a alinhar a questão do basquete. É o terceiro esporte que a gente também inscreveu. Nós inscrevemos três esportes olímpicos no CBC. São modalidades vitoriosas no cenário nacional, com as duas categorias, masculina e feminina, disputando campeonato cearense e as competições do CBI, que são competições do CBC", disse.

ARRECADAÇÃO

Em virtude da queda para Série B, o Ceará teve suas receitas comprometidas e bastante afetadas. O fato respingou nos outros esportes que também tiveram o seu investimento diminuído. Questionado sobre a arrecadação de recursos para os demais esportes, Eduardo afirmou que os esportes olímpicos terão apoio do Governo, enquanto o futebol feminino e o futsal seguem dentro do orçamento traçado pelo clube.

"O futebol profissional sempre bancou o futebol feminino e o futsal. Os que estão entrando agora, que são os esportes olímpicos, ainda não tem esse custo. É um custo inicial bem baixo, não vai influenciar no caixa do clube. O CBC paga isso, em uma situação de meritocracia. Nós vamos começar a disputar competições, inclusive recebendo algumas na nossa sede. Isso vai trazer retorno. Apresentamos os projetos e daqui seis meses já começam a entrar recursos do governo para bancar esses projetos. Então quem banca isso é o governo, o clube não vai ter nenhum problema financeiro em relação às categorias olímpicas. Já o futsal e o feminino foram estudados pelo João Paulo com o (Francisco) Sampaio (diretor de finanças) e estão dentro do orçamento do clube. Em paralelo, eu tive autonomia para buscarmos uma pessoa, que é o Gregório, para montar um departamento comercial para trabalhar para essas modalidades dos esportes olímpicos e futebol feminino e futsal. A escolinha Fábrica de Craques é um dos patrocinadores do nosso esporte. Nós temos hoje 529 alunos pagando mensalidades no clube, então é uma conversa depois com o João Paulo para me dar condições também de ter a fábrica de craques para colaborar, para a gente não precisar estar tirando do cofre do clube, tirando do futebol profissional. Internamente, já estamos alinhando com o Sampaio essa situação. Sempre me perguntam sobre ano que vem se o futebol feminino vai continuar mesmo se não subir. O João Paulo deixou claro pra gente que o projeto continua, assim como o futsal. São projetos vencedores e estamos buscando situações financeiras para que a gente possa não depender do cofre do clube. Tanto a parte comercial, quanto a parte do governo, em projetos de lei do incentivo também e essa questão da Fábrica de Craques", ressaltou.

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