Foi suado, com emoção, sofrimento até o fim e vitória apenas na prorrogação, mas o Brasil derrotou a Espanha por 2 a 1, na manhã deste sábado (7), e ficou com o inédito bicampeonato olímpico no futebol masculino, em partida disputada no Estádio Yokohama.
Quis o destino que o palco da conquista do Pentacampeonato Mundial, em 2002, fosse o mesmo de outra conquista inédita para o futebol brasileiro. Com o detalhe que o gol decisivo, de Malcolm, foi marcado na mesma trave que Ronaldo Fenômeno marcou os dois gols contra a Alemanha, na Copa do Mundo daquele ano.
No tempo normal, Matheus Cunha abriu o placar para a Seleção Brasileira, no último lance do primeiro tempo. Na segunda etapa, Oyarzabal deixou tudo igual para os espanhóis e levou o jogo para prorrogação.
No segundo tempo da prorrogação, Malcolm arrancou em velocidade e em bela jogada individual, marcou o gol do título, garantindo a 7ª medalha de ouro para o Brasil nos jogos de Tóquio.
Herói improvável
Coube ao atacante Malcom ser o improvável herói do bicampeonato olímpico nos Jogos de Tóquio-2020. O ex-jogador do Corinthians, atualmente no Zenit St.Petersburg, da Rússia, saiu do banco de reservas na prorrogação para fazer o gol da dramática vitória.
A chegada do jogador à Olimpíada foi uma epopeia, cheia de idas e vindas. Ele foi convocado na lista inicial do treinador André Jardine ainda no dia 17 de junho. O problema é que o Zenit St Petersburg não liberou o atleta e a comissão técnica, então, resolveu chamar Martinelli, do Arsenal.
Tudo mudou depois que Douglas Augusto, lesionado, acabou cortado. A CBF voltou a pedir ao clube russo a convocação de Malcom e conseguiu que o atacante se juntasse à seleção somente faltando três dias para a estreia, mais de um mês depois da convocação inicial.
Histórico do Futebol
Com o triunfo deste sábado, o Brasil passa agora a ter dois ouros (Rio-2016 e Tóquio-2020), três pratas (Los Angeles-1984, Seul-1988 e Londres-2012) e dois bronzes (Atlanta-1996 e Pequim-2008).
A seleção saltou para o terceiro lugar no ranking de todos os tempos do futebol masculino nos Jogos Olímpicos, ultrapassando a Argentina (dois ouros e duas pratas), atrás apenas de Hungria e Grã-Bretanha (três ouros cada).
O título invicto marca uma campanha na qual Jardine não pôde contar com todos os jogadores que gostaria sem a liberação de nomes como Neymar, Marquinhos, Weverton, Rodrygo, Vinicius Junior e Pedro. Apesar de tantas ausências, ele conseguiu montar um time forte e competitivo.