Saiba o que é e como é feita a coloração pessoal, uma ferramenta de imagem e estilo

Método combina os subtons de pele com as cartelas de cores mais indicadas para cada um

Sabe aquela peça de roupa linda que você comprou, mas deixou encostada no guarda-roupa porque, quando vestiu, não se sentiu tão bem assim? Ou quem sabe a tinta de cabelo que parecia ideal, mas não deu o efeito que imaginava? É bem possível que com uma análise de coloração pessoal, esses problemas sejam resolvidos. 

Criado em 1942, por Suzanne Caygill, este método leva em conta uma ligação fundamental entre o estilo, cor e personalidade de uma pessoa. Inicialmente, ele se baseava numa classificação dos tipos de pele conforme as estações do ano e, por isso mesmo, passou a se chamar método sazonal. Mas, com as variações identificadas ao longo do tempo, já se encontra num formato expandido.

A explicação é da estilista e consultora de imagem Ana Alice Galvão, 38, com quase duas décadas de experiência profissional na área e mais dedicada à análise de coloração pessoal nos últimos quatro anos.

“Cor é luz, uma roupa usada próxima ao rosto irá refletir aquela luz, essa luz vai reagir em cada pele de acordo com suas características fazendo com que o rosto fique mais iluminado, corado, saudável, tendo um aspecto mais harmônico”, introduz.

Por que fazer?

De acordo com Ana Alice, a coloração pessoal é indicada para todas as pessoas, visto que descobrir as cores que lhe favorecem também ajuda no caminho do autoconhecimento. 

Esse teste só é feito uma vez na vida e é um investimento que vai balizar vários investimentos em roupas, maquiagem, cabeleireiro, acessórios”, explica.
Ana Alice Galvão
Estilista e consultora de imagem

Ainda segundo ela, o método dialoga diretamente com a técnica do visagismo, que busca valorizar a beleza do rosto.

“Eu faço um teste de calorimetria de cabelos nas minhas clientes assim que descobrimos sua cartela de cores, usando mechinhas de cabelos coloridas indicando a cor ideal dentro da sua harmonia e do seu contraste natural. É bem importante também na hora de escolher óculos, brincos e colares”, diz.

Como fazer?

Antes de cair em qualquer teste de internet, vale ressaltar que identificar sua cartela de cores é um trabalho que requer muito estudo, material específico para que seja feito, um olhar treinado e uma certa experiência. 

Não menos importante, de acordo com Ana Alice, é a utilização de uma luz adequada, seja ela natural ou artificial. Logo, como reforça a estilista, a execução do teste com um profissional é imprescindível para que seja feito um diagnóstico correto. E o preço, em Fortaleza, pode variar entre R$500 e R$800.

Dito isto, no método sazonal expandido existem 12 cartelas de cores. As que possuem as características das cores amareladas das paisagens das estações de outono e primavera são as quentes; já as que têm características mais azuladas das paisagens das estações de inverno e verão são as cartelas frias.

“Muitas pessoas acham que verão é quente, mas tem a ver com a paisagem da estação, não com o clima. Algumas peles têm como caraterística a profundidade que se divide entre cores claras e escuras e outras com a intensidade, que se divide entre cores intensas ou suaves, que são aquelas misturadas com cinza”, explica Ana Alice. 

Assim se dividem as 12 cartelas, cujas nomenclaturas podem variar um pouco de acordo com o fornecedor que o profissional usa: inverno frio, verão frio, outono quente, primavera quente, inverno escuro, verão claro, outono escuro, primavera clara, inverno intenso, verão suave, outono suave, primavera intensa. 

O processo de descoberta da cartela é feito com tecidos que possuem essas características e também a partir da análise do contraste da pessoa, importante para ajudar na escolha de estampas, maquiagens e tom de cabelo. 

“Iniciamos analisando o contraste, a profundidade, a intensidade e a temperatura que pode além de ser fria/fria ou quente/quente para as cartelas onde a temperatura predomina, ser neutra fria ou neutra quente para as cartelas onde a profundidade ou a intensidade predominam. Essas características servem de funil para chegar a duas possíveis cartelas e decidirmos entre elas”, detalha a estilista. 

“Quando descobrimos qual a cartela de cores pessoal, é a hora de explicar como usar. As cores comunicam algo, existe uma psicologia em cada cor e de acordo com a imagem que se quer ou precisa passar por conta da profissão, por exemplo, as cores podem ajudar a conquistar clientes”, sugere Ana Alice.

Pele negra e indígena

A fim de que o racismo não permeie as etapas do teste, a estilista diz ter todo um material preparado para o atendimento de clientes com pele negra, por exemplo.

“Mesmo o tecido de contraste foi pensado para o contraste baixo escuro, que é típico em pessoas negras e nas cartelas têm tons de maquiagens para as peles mais claras até as mais escuras”, diz.

Nesse processo, vale ressaltar que a cartela de cor é definida pelo subtom da pele. O subtom pode ser frio/frio, quente/ quente ou neutro frio ou quente. 

Enquanto o tom da pele varia de acordo com a quantidade de melanina na pele, e pode também mudar caso a pessoa se exponha mais ou menos ao sol, o subtom se relaciona com a quantidade de caroteno (para peles mais quentes e hemoglobina para peles mais frias) no sangue. 

“Já fiz teste em pele negra e deu uma cartela fria e em outra pele negra deu uma cartela quente”, conta Ana Alice.

A pele indígena também é cuidadosamente analisada, segundo a consultora. “É geralmente uma pele que chamamos de oliva, são pessoas que tem uma pele com cara de quente, mas quando fazemos o teste, a cartela é fria”, afirma.

Ana Alice explica ainda que, na hora de analisar as cores de maquiagem, é comum ter queixas dessas clientes, pois elas costumam receber sugestão de base mais amarelada quando vão comprar e não se sentem bem com isso.

“Um mundo se abre ao descobrir a cartela e saber que tem essa pele oliva, que parece quente, mas tem o fundo frio. Algumas marcas já fabricam bases específicas para peles oliva hoje em dia, mas se for o caso de alguma leitora aqui, a dica é misturar uma base rosada com uma amarelada”, comenta.

Experiências

Por essas e outras, Ana Alice só realiza atendimentos presenciais, e, apesar de perder muitos clientes por isso, ela prefere não comprometer o resultado final.

“Imagina quando uma amiga te manda uma foto de uma blusa rosa, ou uma parede azul, nunca chega na mesma cor, as vezes o rosa chega vermelho, ou vinho dependendo do tom. Cada tela de computador e de telefone celular tem uma calibragem única. A margem de erro é muito grande!”, alerta.

A psicóloga Raquel Lima Rocha Peixoto reconhece o poder de um diagnóstico correto.

Antes eu utilizava tons mais escuros e neutros, que não valorizavam minha imagem e meus traços naturais. Agora, eu sei bem quais cores me favorecem e me deixam com uma imagem muito mais alinhada com minha essência pessoal e com o que quero transmitir às pessoas. Me ajudou muito até mesmo no meu trabalho e no meu posicionamento profissional”, conta.
Raquel Peixoto
Psicóloga

Igualmente satisfeita, a médica pediatra Lívia Karoline Guimarães de Almeida afirma que descobrir suas melhores cores foi como desembaraçar as lentes dos óculos e conseguir se enxergar melhor e literalmente mais iluminada.

Sem dúvida conhecer suas melhores cores é um divisor de águas na vida de uma pessoa! Além de ser uma delícia saber que você tem uma parte do arco-íris que se encaixa melhor em você e lhe proporciona mais leveza e segurança”, conclui.
Lívia Almeida
Médica pediatra

Serviço

Consultoria de imagem
Ana Alice Galvão: @anaalicegalvao
Escritório: Rua Silva Jatahy 935, Meireles, Fortaleza/CE