O desafio de ser mãe é a maior prova de amor: relato de Jeritza Gurgel

Feliz dia das mães! Para celebrar essa data, a SISI apresenta o último relato da série #mãesqueinspiram. Jeritza Gurgel revela a maternidade experimentada dia a dia com os gêmeos Gustavo e Pedro

“Planejei ser mãe até porque, para chegar à maternidade, me submeti a uma fertilização in vitro. No primeiro momento, a notícia foi que os cinco embriões implantados tinham vingado, para o desespero apenas da minha mãe que, por sua vez, já tinha passado pela experiência materna. Já meu marido e eu vibramos com a conquista. Porém, a cada exame realizado, a população numerosa do meu útero ia diminuindo, restando dois lindos bebês.  

Jurava que seria de menina, porque esse era o meu sonho. No quarto ultrassom, só pela curvatura da coluna, a médica disse: ‘são dois meninos!’ Puxa vida! Ainda tinha aquela esperança, que foi aniquilada por uma amiga quando perguntou: ‘tua barriga é pontuda e tem cabelo embaixo do umbigo?’ Na mesma hora, olhei para a minha barriga e encontrei todos os itens indicados por ela.  

Os meninos foram crescendo no meu ventre, abrindo espaço. Um sempre no mesmo lugar, com cabeça para baixo e mais calmo. O outro ficava no meu lado esquerdo, sentado e era mais inquieto. Logo defini os nomes: Gustavo e Pedro, respectivamente.    

Foram oito meses de enjoos e prescrição para passar a gravidez TODA deitada. Engordei seis quilos e fiquei numa tristeza esquisitíssima. Era um outro ser!  

No dia 17 de janeiro, eles chegaram e eu também! Sentia-me retornando ao planeta Terra. A primeira coisa que percebi foi um instinto muito forte de compromisso e responsabilidade. A amamentação te apresenta essa realidade.   

O amor por eles foi crescente, porque a demanda era tão grande, tudo em ritmo acelerado e os dias tinham que ser bem otimizados. O esquema tinha que ser organizado e, mesmo assim, não dava tempo nem para curtir as manhas de mãe e dos bebês, quanto mais pensar em amar.  

Daí, nossa relação foi sendo construída e vivida um dia de cada vez com propósito, com um olhar diferente para um outro mundo. De lá para cá, muitas descobertas foram acontecendo, mas a maior delas é aprender que ninguém é igual a ninguém, mesmo que sejam gêmeos! Cada um tem a sua personalidade e a sua maneira de ser e sentir.  

Nessa edificação, fomos alinhando o nosso amor, o nosso carinho e a nossa forma de conversar. Sempre estamos juntos e, sem falsa modéstia, quando alguma coisa acontece com eles, convocam a mãe para resolver a parada.  

No mundo de hoje, onde não se pode fazer planos, a certeza que tenho é que o mundo não para e que tudo vai continuar acontecendo. Percebo que minhas atitudes são observadas por eles como fio condutor para exemplo. Nesse viés, não esmoreço com facilidade, nem nos piores momentos. Também, não perco tempo com algo que não dá certo, resolvo logo. Não sou de me lamentar por nada, coloco a vida para frente e procuro enfrentar com tranquilidade, sinceridade e assertividade. Sem fantasias!  

Eles sabem, por outro lado, que além de mãe, sou mulher de carne, osso e alma. Que sou apta a fragilizar em alguns momentos ou não saber de tudo. Procuro ser uma mãe sempre presente, com bom humor e boas energias. Acordo alegre, quero saber das novidades, nem que sejam sonhos da noite passada. Faço de tudo para que sejam felizes, pessoas do bem, íntegros, verdadeiros, decentes e de bom coração.    

Acredito que estejam trilhando um bom caminho...  

Ah, e nessa caminhada, enquanto for viva, se precisarem de mim, basta ‘olhar no retrovisor’ que estarei pronta para acolhê-los, estando eles certos ou errados, mas vão contar com o meu direcionamento e amor. 

 

Outra coisa: lembra que falei que meu sonho era ser mãe de menina? Não tenho mais! Deus sabe tanto o que faz, que percebi que jamais seria uma boa mãe para menina. Não sou jeitosa e nem tenho a menor competência para as demandas das meninas. Adoro as estripulias dos meninos, os pés sujos e a maneira prática de enfrentar as adversidades do mundo.   

Amo, verdadeiramente, o Gustavo e o Pedro e não sei como seria minha vida sem esses meus companheirões. Ser mãe deles pode ser até desafiador, mas, sem dúvida alguma, é, também, uma prova de amor”.  

DOMINGUEMOS, AMÉM!