A morte de Paulo Vaz, o Popó Vaz, policial civil, ativista e influenciador trans, ainda choca a comunidade LGBTQIA+. Ele morreu aos 36 anos nesta segunda-feira (14). A causa não foi divulgada.
Homem trans e gay, Popó era conhecido por ser uma voz ativa em defesa dos direitos de pessoas transexuais. Ele fazia diversas participações no canal "Põe na Roda", que pertence ao seu marido, o influencer gay Pedro HMC.
Popó Vaz ganhou visibilidade ao começar a aparecer no canal LGBTQIA+ "Põe na Roda", junto ao então futuro marido. Os vídeos utilizavam humor com tom educativo sobre temáticas da comunidade trans.
Durante gravações, ele e Pedro HMC se apaixonaram e começaram a namorar. Um dos vídeos mais famosos da dupla é intitulado "Tô namorando um homem trans?! E agora?!".
O casal também já publicou vários vlogs de viagens, como a lua de mel e quando aconteceu o pedido de casamento, por exemplo. Popó e Pedro sempre interagiam com o público e debatiam temas de diversidade.
Carreira policial
Popó era ainda um dos únicos homens trans policiais ativos no Brasil. Ele trabalhava como investigador na Polícia Civil de São Paulo desde 2018, na unidade de Ibiúna.
"Eu achava que encontraria muitas barreiras, mas fiquei bastante feliz e surpreso com a recepção dos meus colegas desde o começo. Eu já sabia que há diferença entre as instituições de Polícia Militar e Polícia Civil, mas eu fiquei bastante surpreso", contou Paulo em entrevista ao g1 à época.
Ele foi um dos agentes de segurança que apoiaram o policial militar Leandro Pior, alvo de ataques homofóbicos após aparecer em um vídeo beijando outro homem no metrô de São Paulo.
Morte de Popó Vaz
Pedro ainda não comentou a morte do parceiro. No entanto, amigos, como o jornalista Fernando Oliveira, o Fefito, garantiram nas redes sociais que ele está contando com uma rede de apoio, se recuperando, e que no momento está bem.
A morte de Paulo Vaz foi lamentada também pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Conforme Fefito, o corpo foi liberado nesta terça-feira (15) e deve seguir para enterro em Minas Gerais, a pedido da família.
Em publicação no Twitter, Fefito ainda comentou que as redes sociais estavam cheias de especulações sobre o falecimento, destacando a transfobia: "Sério. As pessoas estão podres por dentro. Não respeitam o Popó nem depois da morte".
Estou no IML, liberando corpo do meu amigo. E me mandam mensagem e vídeos de gente que fez space pra discutir e especular sobre a morte dele, pra tentar passar pano pra transfobia.
— Fernando Oliveira (@fefito) March 15, 2022
Sério. As pessoas estão podres por dentro. Não respeitam o Popó nem depois da morte.
ABUTRES.