Os atores de Hollywood anunciaram uma greve nesta quinta-feira (13) que ameaça paralisar a indústria do cinema e da televisão. O movimento foi encabeçado pelo Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG-AFTRA, na sigla em inglês), após fracasso na negociação com os estúdios na quarta-feira (12).
O SAG tem 160 mil atores e artistas afiliados, que agora juntam-se aos roteiristas, que estão em greve há 11 semanas, bloqueando entradas dos estúdios cinematográficos.
Quais são as reivindicações da greve dos atores?
Os atores pedem aumento salarial que acompanhe a inflação, além de ajustes no cálculo dos pagamentos "residuais" que os atores recebem pela reexibição de seus programas.
"Um sucesso como 'Wandinha' não gera mais residuais do que um programa que não vinga. Os atores querem a métrica de sucesso para medir os pagamentos residuais", explicou Jonathan Handel, advogado especialista em indústria do entretenimento.
Os artistas expressam preocupação com o uso da Inteligência Artificial (IA) no futuro. O advogado diz que "os atores estão preocupados com a ideia de serem substituídos pela Inteligência Artificial. Querem compensações, caso seu trabalho seja usado para treinar a IA, ou se a tecnologia gerar versões simuladas deles".
Adesão
O SAG-AFTRA representa tanto figurantes quanto as estrelas do cinema, e a previsão é que grandes nomes se juntem aos atos do protesto. Meryl Streep, Ben Stiller e Colin Farrell já expressaram apoio público à greve.
Apesar de os maiores astros lidarem com contratos individuais e negociados por seus agentes, o sindicato discute o salário-base que protege seus membros, acrescentou Handel.
O advogado Handel especificou que "esta greve não é sobre dar mais dinheiro para quem tem milhões, mas sobre permitir que todos os atores possam continuar pagando suas contas".
Produção de filmes e seriados
A greve dos roteiristas reduziu o número de produções, e a adesão dos atores deve atrasar o calendário dos próximos filmes e das novas temporadas das séries.
Novelas, reality shows e competições poderão continuar, porque seus apresentadores e protagonistas estão sob outro contrato que expira no próximo ano.
É possível que o SAG-AFTRA considere manter os protestos longe dos filmes que sejam verdadeiramente independentes, sem financiamento, ou sem distribuição de grandes companhias.