A cantora Preta Gil foi a entrevistada do programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (4). Ela relembrou seu tratamento contra um câncer retal no ano passado. A artista revelou uma experiência de “quase-morte” e falou sobre o tabu que envolve a doença, incentivando o diagnóstico precoce.
"Quando tive a septicemia no começo do meu tratamento, fazendo quimioterapia, foi um divisor de águas. Eu tive uma experiência de quase-morte, fui ressuscitada pelos médicos e voltei", comentou Preta.
Nesse ponto da entrevista, ela falou sobre o papel do pai, Gilberto Gil, no momento em que mais temia não superar a doença. “Sempre tive fé e fui muito positiva. Mas o baque da sepse foi muito grande, eu ainda tinha mais de dez meses pela frente de tratamento. Eu comecei a lidar com isso, hoje eu tenho menos medo da morte”, acrescentou.
A artista também falou sobre a traição do então marido, Rodrigo Godoy, quando ainda estava doente. Ela refletiu sobre o dado que aponta que 70% das mulheres são abandonadas pelo parceiro durante o tratamento contra o câncer, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
"A gente tem que falar sobre isso, sim. Enquanto a gente vai passando pano, esses homens continuam fazendo perversidades contra as mulheres. Eu entendo o fim, os casamentos acabam. Mas você tem um acordo com o seu caráter, com a sua dignidade com o outro que é maior que convenções, que é o carinho, o afeto e a empatia”, defendeu a cantora.
Preta ressaltou ainda o suporte que recebeu durante o tratamento. “Um homem me abandonou, talvez o homem que eu dei mais importância e que eu coloquei nesse lugar. Mas ao contrário dele, outras pessoas me encheram de amor e fizeram uma rede de apoio que eu nunca tinha visto”, evidenciou.