Após decisão da Justiça do Amazonas em devolver a capivara Filó a Agenor Tupinambá, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), utilizou as redes sociais para afirmar que o influenciador não é ribeirinho.
O Ibama ainda informou que Agenor já criou outros animais silvestres e dois deles chegaram a morrer — dentre esses animais está outra capivara.
"Se trata de outra capivara, que teria morrido; de duas preguiças, sendo que uma delas morreu; de duas jiboias; de uma paca; de uma arara; dois papagaios; uma coruja; uma aranha. Ou seja, uma série de animais que foram explorados de forma ilegal para se conseguir likes na internet", afirmou o analista e fiscal do órgão, Roberto Cabral, em vídeo.
"Ele é um fazendeiro. É um influencer com milhares de seguidores", continuou. "Não é uma pessoa que desconhecia leis", disse o analista ao esclarecer que Agenor possui assessoria de marketing e jurídica.
Roberto Cabral ainda destacou que Agenor estuda Agronomia, em Manaus, e poderia ter entregue os animais na cidade onde o Ibama tem sede.
Conforme o fiscal, a determinação da Justiça de devolver a capivara a Agenor atrapalharia a reintrodução do animal no habitat dela.
"O destino dela é ser livre, mas realmente livre, realmente na mata, e com outros de sua espécie. E não sendo humanizada", declarou.
Capivara é entregue a influenciador
O influenciador digital Agenor Tupinambá foi até o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama, em Manaus, para receber a capivara Filó, na manhã deste domingo (30). A Justiça Federal determinou, na madrugada, que o órgão federal devolvesse o animal ao estudante de agronomia.
A decisão é válida até que seja concluído o processo judicial. No despacho, o juiz Márcio André Lopes Cavalcante ressalta que “não é Filó que mora na casa de Agenor”, mas “o autor que vive na floresta”. O documento foi divulgado pela deputada federal Joana Darc.
Veja momento de reencontro de Filó e Agenor:
A entrega do animal foi acompanhada por um grande número de pessoas na frente do Cetas e chegou a ser transmitida no Instagram.
Entenda conflito por capivara Filó
O influenciador, que viralizou nos últimos meses por compartilhar a rotina ao lado da capivara, foi notificado no dia 18 pelo Ibama por "exploração indevida de animais silvestres para a geração de conteúdo em redes sociais", com base na Lei de Crimes Ambientais.
Na quinta (27), foi de avião com a capivara até o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Manaus, onda ela permaneceu com o Ibama até que pudesse ser reintegrada à natureza.
Uma decisão judicial na tarde de sábado (29), porém, foi comemorada por manifestantes que estavam em frente ao Cetas como a volta do animal para a casa de Agenor.
Conforme o jornal O Globo, a determinação da Justiça não liberava de fato a volta de Filó para a casa do influenciador, apenas uma vistoria no local em que Filó está no Ibama.
Na madrugada de domingo, a deputada Joana Darc divulgou um novo ato na história: a concessão de uma guarda provisória do animal pela Justiça Federal ao influenciador. A decisão foi assinada pelo juiz federal Márcio André Lopes Cavalcante.