Covid-19: Idoso de 65 anos recebe alta hospitalar após passar duas semanas na UTI

Luís Alberto Rodrigues teve alta na manhã desta segunda-feira (15) e foi recebido com festa organizada por amigos e familiares

Após 32 dias de internação e uma batalha travada para vencer o novo coronavírus, o contador aposentado Luís Alberto Rodrigues, de 65 anos, recebeu alta hospitalar na manhã desta segunda-feira (15). Logo na saída do quarto, equipe de saúde de um hospital particular de Fortaleza comemorou a vitória com palmas e o 'sino da vitória'. Do lado de fora, amigos e familiares formaram uma festa com balões e cartazes para recepcionar Luís.

Luís, agora, é mais um milhares de recuperados da Covid-19 no Ceará. A história dele inclui uma luta árdua para vencer a doença. Idoso e com comorbidades que fizeram dele grupo de risco, o aposentado ficou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por duas semanas e chegou a ser "desenganado" pelos médicos. Pulmões comprometidos, parada cardiorrespiratória e uma traqueostomia não tiraram dele a chance de rever aqueles que o amam.

A filha, fisioterapeuta Tayna Alcântara, conta que os momentos delicados tiveram início ainda no dia 13 de maio, quando a internação foi necessária. Na época, a febre e o cansaço estavam constantes há, pelo menos, uma semana.

"Quando nós chegamos ao hospital pela primeira vez ele estava saturando em 91, segundo o atendimento, e voltou para casa. Nessa época, ele estava com 25% a 50% de comprometimento do pulmão. Mas logo depois voltamos por conta da piora na situação”, relata Tayna. Dois dias depois ele seria encaminhado para uma Unidade de Terapia Intensiva.

"Dia 15 de maio ele foi pra UTI e passou dois dias sem ser entubado. Tiveram que fazer uma traqueostomia para ser entubado com urgência e nesse procedimento ainda teve uma parada cardíaca e depois um pneumotórax. No dia 21 de maio ele foi desenganado e começamos muitas orações para que ele conseguisse se recuperar", conta.

A família deu início a uma campanha de 'vaquinha virtual' para arrecadar quase R$ 10 mil e poder custear medicamentos indicados pelos médicos, mas que o plano de saúde não cobria. O organismo do paciente respondeu bem aos novos medicamentos e dias depois ele foi redirecionado à enfermaria, ainda precisando de ventilação mecânica.

Já no quarto, no qual passou 17 dias ao lado da filha, Luís Alberto teve o traqueóstomo retirado. Era mais um passo para a cura. “Meu pai conseguiu quebrar os protocolos. Ele é um milagre. Hoje está aqui conosco", disse Tayna.

Cuidados

Agora, em casa, a filha comenta que o pai dará continuidade ao tratamento com antibiótico via oral e sessões de fisioterapia. "No fim das contas, o que fica é a sensação de gratidão. A gratidão a Deus é imensa. Quando os médicos me desenganaram do estado dele, foi a Deus que me apeguei. Você passa a ver que, nessa hora, apenas ele basta”, finaliza ao também lembrar dos amigos e de todos que ajudaram o pai em toda a caminhada.