Tosse “cheia”, febre, dor no peito, mal estar. Os sintomas, apesar de genéricos, podem indicar uma doença que leva, por mês, mais de 3 mil pessoas a leitos de internação no Ceará: a pneumonia.
Causada por vírus (como coronavírus e influenza, por exemplo), bactérias ou fungos, a infecção afeta o sistema respiratório de forma severa, podendo levar não só à hospitalização, mas à morte – principalmente de idosos.
pessoas, em média, morrem por pneumonia todo mês no Ceará, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) de janeiro a agosto deste ano.
O médico pneumologista Ricardo Coelho Reis, presidente da Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia, alerta que a doença “não é um evento comum” e que, quando acontece, “precisamos procurar algum fator de risco associado”.
“Os fatores principais são os extremos de idade: o sistema imunológico de crianças ainda é imaturo, e o dos idosos, debilitado. ‘Gripes mal curadas’, tratamento de alguma doença e comorbidades também diminuem a defesa e podem se somar como fatores de risco”, destaca o médico.
Outras possíveis causas da pneumonia são o tabagismo, “que debilita o sistema imunológico”, e a poluição ambiental – fator que, segundo Ricardo, é um dos fundamentais para aumento dos casos de doenças respiratórias.
“A fumaça e a poeira também estão associadas à mortalidade: no mundo, morrem 6 milhões de pessoas por ano por poluição ambiental, ligada a 5 doenças principais, entre elas a pneumonia”, frisa o médico.
“As queimadas, a cultura de trazer pássaros selvagens como pombos pro ambiente urbano, a exposição maciça a fumaça, poeira, queima de combustíveis. São agressores invisíveis, os agentes mais perigosos”, alerta Ricardo.
O pneumologista pontua, ainda, que “a poeira extradomiciliar é a mesma domiciliar”, devido à cultura de deixar portas e janelas abertas para circulação de vento. “Assim, nossos organismos são constantemente agredidos – até dentro de casa”, lamenta.
Como prevenir a pneumonia?
“Em termos de prevenção, não existe uma atitude global 100% eficaz”, introduz Ricardo Reis. “Mas se a pessoa já tem uma doença prévia, não só do pulmão, tem que estar atenta à vacinação. Precisa se vacinar: hoje temos uma vacina eficaz contra o pneumococo, gripe e Covid”, frisa o médico.
A vacinação é uma das principais e “mais potentes” medidas preventivas contra a pneumonia, já que evitam o agravamento de infecções que podem debilitar as defesas do organismo.
Há ainda outros cuidados que são importantes para evitar a doença:
- Controle de doenças preexistentes, como hipertensão e diabetes;
- Boa hidratação;
- Sono de qualidade;
- Evitar o tabagismo;
- Manter um ambiente saudável.
Sintomas da pneumonia
O médico Ricardo Reis aponta a tosse produtiva com catarro purulento, a febre e a dor no peito como sinais de alerta, principalmente se associados a uma “queda no estado geral, prostração e diminuição de apetite”.
Apesar disso, ele é categórico: nenhum paciente deve se autodiagnosticar ou se automedicar.
Outros sintomas possíveis da pneumonia são:
- febre alta;
- tosse;
- dor no tórax;
- alterações da pressão arterial;
- confusão mental;
- mal-estar generalizado;
- falta de ar;
- secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada;
- toxemia (danos provocados pelas toxinas carregadas pelo sangue);
- prostração (fraqueza).
Tratamento para pneumonia
O Ministério da Saúde informa que “o tratamento das pneumonias requer o uso de antibióticos, e a melhora costuma ocorrer em 3 ou 4 dias”. Mas é indispensável buscar atendimento médico, já que a automedicação põe a saúde em grande risco.
A internação hospitalar pode ser necessária quando a pessoa é idosa, tem febre alta ou outras alterações importantes.