Mercado cearense começa a se adaptar às mudanças da metodologia ESG

No último mês de setembro, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará entregou o primeiro selo ESG-FIEC. A outorga foi concedida à indústria Vulcabras S/A

O mundo está em constante transformação e as indústrias cearenses são parte integrante desse processo de desenvolvimento sustentável. As ações implementadas pelo homem na sua caminhada em busca do seu desenvolvimento, nem sempre são compatíveis com a natureza que nos envolve, acolhe e mantém. É nesse cenário que surge o ESG, acrônimo que significa Environmental, Social and Corporate Governance (traduzido para o português: Ambiental, Social e Governança corporativa), é o modo que o mercado avalia e seleciona uma empresa pela sua conduta responsável com o meio ambiente, seu compromisso com o desenvolvimento socioeconômico e sua postura na condução dos negócios do ponto de vista de mitigar riscos e obter oportunidades.

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) desenvolveu um programa de certificação voltado para estimular que indústrias locais adotem as práticas da metodologia baseada nos critérios ESG.  Intitulado “Programa de Certificação do Selo ESG-FIEC”, o programa é coordenado pelo Núcleo ESG, uma ação pioneira no Brasil e vem fornecer ao mercado avaliação e validação necessárias das práticas ESG das indústrias cearenses e brasileiras.

Todo o processo é realizado dentro de uma plataforma on-line, que reúne módulos para apresentação e a evidenciação de práticas ESG de cada organização. “Após essa etapa, as empresas passam por um processo de auditoria de terceira parte, realizada por um dos maiores organismos de certificação do mundo, a Bureau Veritas. Dessa forma, as empresas potencializam seus resultados financeiros, melhorando sua imagem diante do seu público-alvo, dentre eles: investidores, colaboradores e consumidores”, explica Alcileia Farias, coordenadora do Núcleo de ESG da FIEC.

No último mês de setembro, a FIEC entregou a primeira certificação selo ESG-FIEC para a indústria cearense, Vulcabras S/A, que integra o setor calçadista em operação no município de Horizonte, que tem um corpo de colaboradores que permeia o número de aproximadamente 11 mil. Dentre os critérios avaliados pelo Programa estão uma série de ações, como a estruturação de um comitê de sustentabilidade, o fomento à economia circular, utilização de um sistema de reúso da água, implantação de programas de educação ambiental, assim como a condução de planos de gestão baseados em critérios ESG. Uma das ações que vale destacar é a produção do tênis Corre 1 ECO, versão sustentável do Corre 1 da marca Olympikus, o qual foi produzido utilizando materiais como o EVA Verde, que tem como principal insumo derivados da cana de açúcar, que está presente na sola e na palmilha do calçado.

Selo ESG - FIEC

Segundo Alcileia Farias, a estruturação do Núcleo de Coordenação ESG da FIEC ocorreu durante o ano de 2021 e faz parte da estrutura organizacional da instituição, sendo um importante ponto de apoio ao desenvolvimento da cultura ESG para o setor industrial. Segundo ela, “enquanto Federação das Indústrias, temos o compromisso com a sustentabilidade do setor produtivo do estado. Entre outros serviços, a equipe do Núcleo ESG-FIEC promove a disseminação da temática ESG, seus critérios, indicadores e metas que podem ser implementados no setor industrial. Neste sentido, apoiamos políticas e práticas voltadas para a redução dos impactos socioambientais nos processos operacionais das indústrias, como também desenvolvimento de programas que fortaleçam as estruturas de governança corporativa dessas mesmas indústrias”.

No início de 2022, foi lançado o Programa de Certificação do Selo ESG-FIEC, que tem o objetivo de fornecer ao mercado uma avaliação e validação das práticas de ESG realizadas pelas indústrias cearenses, sendo um guia para aquelas organizações que desejam iniciar uma jornada rumo à sustentabilidade, alinhadas com as melhores práticas globais.

Na avaliação da coordenadora, o setor industrial, já percebeu as vantagens econômicas que podem ser conquistadas por que opera à luz da sustentabilidade. “Nossas indústrias têm imputado esforços em prol da otimização dos processos produtivos que reduzam o consumo dos recursos naturais e que promovam melhoria na qualidade de vida da sociedade, buscando diferenciar-se no mercado cada dia mais acirrado e mais atento aos compromissos das organizações com os desafios do planeta.”