Jornalista cearense Wilson Ibiapina morre aos 80 anos

O comunicador estava internado há cerca de 20 dias no Hospital Santa Lúcia, em Brasília

Wilson Ibiapina, uma das maiores referências da imprensa cearense em Brasília, morreu aos 80 anos nesta terça-feira (9), no Distrito Federal. Conforme familiares, ele faleceu em decorrência de uma "falência múltipla de órgãos".

O comunicador estava internado há cerca de 20 dias no Hospital Santa Lúcia, na Capital federal. Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento do cearense.

Carreira de destaque e pioneirismo

Nascido em Ibiapina, cidade localizada a 360 km de Fortaleza, Wilson foi o primeiro repórter da TV Globo Brasília, nos anos 1970, e o responsável pela implantação da TV Verdes Mares, afiliada da Globo no Ceará. Foi correspondente do Sistema Verdes Mares na Capital federal.

Ao longo das décadas de atuação enquanto jornalista, o cearense fez história em coberturas memoráveis na política. Na vasta lista do comunicador estão o sepultamento do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em 1976, as primeiras eleições diretas para governador depois do Golpe Militar, seguida da morte de Tancredo Neves, em 1985.

Também testemunhou os tempos amargos da ditadura militar, quando censores atuaram dentro da redação da Globo em Brasília.

"Aquela era a primeira vez que o povo ia às ruas em Brasília durante a ditadura e flashes do velório foram transmitidos ao longo de toda a programação", disse Ibiapina em um programa para o Memória Globo.

Além de repórter, Wilson Ibiapina foi editor do Jornal da Globo e do Bom dia Brasil.

Literatura

Em dezembro de 2020, lançou o livro “Histórias de Gente da Gente”, que reúne mais de 290 histórias de 'causos' vividos por cearenses.

A obra reúne textos inéditos e outros já publicados em jornais e no blog que era administrado pelo escritor, o “Conversa Piaba”. Maior parte das histórias registradas foi vivenciada por Ibiapina. São fruto das inúmeras viagens por outros países. Tramas ouvidas em conversas com amigos cearenses que residem na capital federal.

“Todos são fatos verídicos, escritos ao longo do tempo. Uns presenciei, outros me contaram”, revelou o jornalista à época, em entrevista ao Diário do Nordeste.