Alunos, professores e demais colaboradores da Escola de Ensino Médio de Tempo Integral Professora Carmosina Ferreira Gomes, no bairro Sumaré, em Sobral, retomaram as atividades pedagógicas na manhã desta terça-feira (11), quase uma semana após um estudante atirar em três colegas de turma.
Os estudantes foram recebidos por educadores vestidos com camisas e balões brancos. Na recepção também havia um cartaz com a mensagem: "A paz no mundo começa na escola". Todos os alunos ganhavam um "abraço grátis" no momento da acolhida ainda no portão da escola, que ganhou o reforço de agentes da Polícia Militar.
Toda a comunidade escolar participará de um ato ecumênico com oração na quadra da instituição nesta sexta-feira. "É um momento para mostrar a comunidade na qual a escola está inserida que estamos fortes e firmes mesmo consternados com toda a situação para recebê-los", afirmou o diretor Jorge Célio.
Apoio psicológico
A unidade de ensino em tempo integral deve funcionar somente até 11h30 com a presença de professor, assistente social e um psicólogo nas salas de aula. Já na quinta (13) e sexta-feira (14), as aulas serão até as 15h. Na segunda-feira (17), porém, o horário será normal, das 7h às 16h30.
A dona de casa Silvia Pereira, mãe de uma aluna do ensino médio, relatou ainda sentir "medo, mas confiando que agora vai ter mais segurança". "O coração fica apertado, foi uma fatalidade".
Tiroteio
O estudante entrou na escola, na última quarta-feira (5), em posse de uma pistola. Ele atingiu três colegas de sala. Um deles foi baleado de raspão na cabeça, outro na perna e passou por cirurgia. Em seguida, tiveram alta hospitalar. Contudo, o terceiro menor de idade que sofreu um tiro na cabeça teve morte encefálica confirmada no último sábado (8).
Após o ataque, o adolescente saiu da unidade de ensino e seguiu para casa, onde foi apreendido por policiais do Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio).
Conforme o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Sandro Caron, o garoto disse em depoimento que a arma usada para atirar nos colegas de sala pertencia ao pai. A arma é registrada em nome de um atirador esportivo.
O garoto revelou, em depoimento, ter premeditado os disparos. O pai do adolescente e também o CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador) foram conduzidos à unidade policial de Sobral e prestaram depoimentos. O ataque foi registrado como ato infracional análogo à tentativa de homicídio.