Quase 10% não poderão honrar compromissos

Em contrapartida, o endividamento do fortalezense recuou 5,4 pontos neste mês ante dezembro de 2016

Escrito por Redação ,

A taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de fortalezenses que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, saltou para 9,3% no primeiro mês do ano após encerrar dezembro de 2016 em 7,2%. O índice faz parte da Pesquisa de Endividamento do Consumidor de Fortaleza, divulgada nessa sexta (27), pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). Em contrapartida, o endividamento caiu, de 70,1% em dezembro para 64,7% neste mês (diferença de 5,4 pontos percentuais).

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A diretora institucional da Fecomércio, Cláudia Brilhante, explica que o número de inadimplentes o desemprego influenciou a alta na taxa de inadimplência potencial. "Tivemos um crescimento de 2%, que provavelmente foi ocasionado pelo desemprego crescente do ano passado, e as pessoas não tiveram como cumprir com suas obrigações. Entretanto, o endividamento ainda é menor que do ano passado", esclarece. Os gastos com alimentação estão no topo da lista das despesas que mais pesam no orçamento familiar. Conforme a pesquisa, 54,4% das pessoas afirmam que desembolsam mais com essa área. Cláudia aponta ainda que a associação entre os gastos com alimentação e cartão de crédito pode virar um grande problema.

"A consequência da alimentação vir em primeiro lugar nessa lista, concomitante com o fato de que 80% das pessoas compram alimentação no cartão de crédito, é um bola de neve sem fim, porque é preciso ir ao supermercado pelo menos uma vez por mês", afirma a diretora institucional da Fecomércio-CE.

O principal motivo para o endividamento apontado pela pesquisa é o não planejamento das contas, constatado por 42,8% dos entrevistados. Ao mesmo tempo, 79,2% do público em geral afirma um orçamento dos gastos. "A conclusão que tiramos disso é que o consumidor até se planeja, mas não cumpre", declara Cláudia. "O conselho que nós damos para essas pessoas é que elas anotem em uma tabela todas as despesas mensais, separando as fixas das variáveis.

Cláudia também orienta que, após fazer esse controle de gastos, o endividado deve procurar os credores para quitar débitos. Outra coisa importante, segundo ela, é na hora de comprar sempre se limitar ao que é realmente necessário. "É preciso pensar se precisamos realmente daquele item. Depois que estivermos com as contas em dia, aí podemos voltar a comprar o que desejamos", aconselha.

Ano Atípico

Normalmente, observando anos anteriores, os meses de janeiro a março são os mais complicados pro consumidor, principalmente por conta do material escolar, dos impostos de início de ano e dos gastos do recesso de dezembro, tanto que é comum o endividamento subir nesse período.

Neste ano, entretanto, o índice apresentou redução. "Este ano, estamos tendo um cenário atípico, porque, além das pessoas estarem priorizando o pagamento de dívidas, estamos na expectativa da liberação do FGTS em março", finaliza Cláudia.

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