Idosos e servidores públicos se amarram no consignado

Escrito por Redação ,
Legenda: Em muitos casos, o aposentado solicita o empréstimo a pedido de familiares, como filhos e netos
Foto: Foto: Daniel Aragão

Muitos são os casos de idosos endividados, principalmente com o crédito consignado, modalidade com taxas de juros mais baixas que é descontada diretamente da fonte de pagamento da pessoa física. O assédio de instituições financeiras e diversas fraudes complicam ainda mais a situação de quem, muitas vezes, tem dificuldades para arcar com as despesas e resolver questões burocráticas.

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De acordo com a presidente do núcleo cearense da União dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Unapeb), Mônica Maria da Silva, o descontrole financeiro com o qual muitos aposentados vivem partem de pedidos de terceiros, como familiares ou conhecidos, para a realização de empréstimos que muitas vezes não são pagos corretamente.

Pressão de dependentes

"Na maioria dos casos, não é nem o aposentado que solicitou o empréstimo com desconto em folha, mas o filho, o neto, que acabam não pagando direito e comprometendo o bem estar físico do aposentado", destaca.

Há também casos de aposentados e pensionistas que, sem estarem bem informados, cedem à pressão de instituições financeiras e acabam dizendo sim para um empréstimo que comprometerá parte da renda por muito tempo. Para compensar, acabam ainda pedindo outro financiamento e tudo vira uma bola de neve. "Ser descontado R$ 60, R$ 80 de quem recebe só um salário mínimo faz muita diferença. Deixa-se de comprar um remédio, um alimento".

A presidente afirma que a instituição sempre recomenda aos aposentados e pensionistas que não assinem nada sem ler. "Se tem dificuldade para entender, que peça ajuda a alguém de confiança", aponta. Outra orientação é o cuidado com as informações pessoais, para que não as digam nem as confirmem para atendentes ou vendedores pelo telefone. "Ter cuidado com os dados pessoais é essencial", reforça Mônica.

Os servidores estaduais também enfrentam dificuldades com o consignado. Segundo Rita de Cássia Gomes, coordenadora do Fórum Unificado dos Servidores Estaduais, estão em pior situação aqueles comprometidos com dívidas desde 2009, quando o Estado colocou em operação o "Cartão Único". (YP)

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