Modelo de negócio deverá ser repensado por empresas

Escrito por Redação ,

Mais do que elevar a eficiência da indústria, a implementação da internet das coisas nos mais variados segmentos da sociedade deve mudar o conceito de venda de produtos para produtos-serviços híbridos. Isso porque o valor diferenciador estaria centralizado não mais no produto, mas no serviço realizado por ele, conforme Jonas Prising, CEO do Manpower Group.

LEIA MAIS 

4ª Revolução Industrial: era das fábricas inteligentes já começou

Emprego exigirá adaptação; novas profissões surgem

Agricultura é monitorada sem uso da internet

Solução promete reduzir em até 25% gastos com energia

Acompanhamento industrial na nuvem

Segundo o CEO, as empresas devem repensar seus modelos de negócios e proporcionar maior atenção ao relacionamento com o consumidor e stakeholders. O relatório Indústria 4.0: internet das coisas, lançado em 2016 pelo Sistema Firjan, destaca que o produto deixará de ser estático e passará a enviar informações para seus criadores, engenheiros e usuários, por meio de dados gerados, analisados e transformados em novas ações.

Com isso, o produto passará a ser um canal de comunicação que, além de impactar nos modelos atuais de relacionamento com o cliente, mudará a maneira como os produtos serão precificados e como os serviços serão fornecidos em toda a cadeia de produção. Com isso, os produtos-serviços vão ficando mais personalizados para atender às diferentes necessidades de clientes.

O professor André Fleury, da Escola Politécnica da USP e da Agência USP de Inovação, exemplifica essa tendência com o processamento de um hospital. "Ao capturar as informações de saúde, que passam a ser monitoradas, a seguradora pode utilizá-las para oferecer um plano com exames customizados às necessidades individuais", aponta.

'Prosumidores'

Conforme o relatório, com a valorização da informação, novos modelos de negócios baseados em conteúdo estão surgindo no cenário nacional. Os clientes passariam de consumidores a "prosumidores", isto é, além de consumir o produto, também passariam a produzir conteúdo e informação. Os modelos baseados na inteligência colaborativa têm surgido e competido com os modelos de economia tradicional

A abordagem das empresas em relação à internet das coisas deverá ser pensada com mais foco no processo, e não estritamente no produto. Para isso, caberá às empresas envolver pessoas, bem como os próprios clientes no processo de criação e desenvolvimento, para possibilitar maior engajamento e compartilhamento de informações. (YP)

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.