Iniciativa privada é mais eficiente nas operações

Cerca de 74% das rodovias sob concessão estão em condições ótimas ou boas de trafegar, segundo CNT

Escrito por Redação ,
Legenda: Para as rodovias sob gestão pública, verifica­se que 34,7% dos 79.515 Km são listados como ótimo (6.275 Km) ou bom (21.301 Km). Os outros 65,3% (51.939 Km) pesquisados revelam algum tipo de deficiência
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

Dos 98.475 Km avaliados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) no País, 79.515 Km (80,7%) são administrados pela gestão pública e 18.960 Km (19,3%) estão concedidos à iniciativa privada. Segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2014, a análise do estado geral das estradas evidenciou que 29,3% da extensão sob responsabilidade do governo (23.300 Km) foram classificados como ótimo ou bom. Os outros 70,7% (56.215 Km) apresentam algum tipo de deficiência e encontram-se em situação regular (42,1%), ruim (20,2%) e péssima (8,4%).

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As rodovias sob concessão apresentaram resultados melhores, com 74,1% (14.061 Km) listados como ótimo ou bom. Os 25,9% restantes foram avaliados como regular, ruim ou péssimo. "O setor privado tem mostrado uma maior eficiência operacional e menos burocracia para a execução das obras", afirma o coordenador de Pesquisa e Estatística da CNT, Jefferson Cristiano", lembrando, no entanto, que o grande responsável pela malha rodoviária brasileira ainda é o poder público.

Pavimento

O pavimento apresenta algum tipo de problema em mais da metade das estradas sob gestão pública. Dos 79.515 Km, 56,9% foram classificados com regular, ruim ou péssimo. O estado do asfalto é ótimo em 35,6% das vias e bom em 7,5%.

No caso da extensão concedida, 15.072 Km (79,5%) estão em condições adequadas, sendo avaliados na pesquisa como ótimo ou bom. Os demais 20,5% (3.888 Km) do pavimento são regular, ruim ou péssimo.

O estudo da CNT releva que, caso as estradas fossem classificadas como boas ou ótimas, haveria uma economia de 737 milhões de litros de óleo diesel, considerando principalmente o consumo de caminhões e ônibus rodoviários.

"No ano passado, isso representaria R$ 1,79 bilhão a menos no gasto com combustível e uma redução de 1,96 megatonelada na emissão de gás carbônico (CO2)", declara Jefferson.

Sinalização

Na análise da sinalização das rodovias sob gestão pública, verifica­se que 34,7% dos 79.515 Km são listados como ótimo (6.275 Km) ou bom (21.301 Km). Os outros 65,3% (51.939 Km) da extensão pesquisada revelam algum tipo de deficiência (regular, ruim ou péssima), algo que pode compromete a segurança dos condutores.

Geometria

O pior resultado apresentado pelas rodovias públicas foi para a avaliação da geometria da via, sendo considerada ruim ou péssima em 56% (44,542 Km) da extensão total e regular em 26,3% (20.885 Km). Somente em 17,7% (14.088 Km) foi qualificada como ótima ou boa.

Diferentemente do que ocorre nas estradas públicas, as vias concedidas para a iniciativa privada apresentam resultados melhores: 40,3% (7.647 Km) dos 18.960 Km pesquisados receberam classificação ótima ou boa; 41,9% regular (7.927 Km); 9,5% ruim (1.809 Km); e 8,3% péssima (1.577 Km).

Riscos

Além de estar associado aos custos operacionais, o mau estado de conservação do pavimento também aumenta o risco de acidentes. Rodovias com depressões e buracos causam a perda de aderência dos pneus, fazendo com que os condutores tenham dificuldade em manter os veículos na trajetória desejada.

Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dos 1.017 acidentes ocorridos até o último dia 15 de maio nas BRs que cortam o Ceará, 48 (4,7%) foram causado por defeitos nas vias, deixando 43 pessoas feridas. Nas CEs, a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) contabilizou 1.156 ocorrências em igual período, com 632 feridos e 145 mortos. No entanto, não sabe informar quantos acidentes teriam sido causados por defeito na malha rodoviária. (RS)

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