CE seguirá crescendo descolado do País

Empreendimentos como a CSP e o hub da Air France-KLM devem contribuir para a economia crescer

Escrito por Redação ,
Legenda: Investimentos realizados no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) e parceria entre os portos do Pecém e de Roterdã estão entre os fatores que devem influenciar positivamente o avanço econômico do Estado

Apesar da dependência do desempenho da economia brasileira, o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará apresentou no terceiro trimestre deste ano um crescimento de 2,79%, superando o resultado nacional no período (0,1%). A expectativa dos analistas do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) é que o PIB estadual feche o ano com crescimento de pelo menos 1,5%. Para 2018, a perspectiva é que a economia do Estado continue a trajetória de recuperação em um ritmo superior à do País.

Mesmo com os riscos políticos no cenário nacional, as expectativas para a economia cearense têm como base os investimentos na região do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) e a parceria com o Porto de Roterdã, e início das operações do centro de conexões da Gol, Air France e KLM em Fortaleza.

"Os números de 2017 já mostram que consolidamos a recuperação, que estamos saindo da recessão com mais velocidade do que o País. E, em 2018, acredito que o Ceará continuará nessa trajetória de aceleração, especialmente porque estamos continuando com um alto volume de investimentos que é uma rubrica importante para manter a atividade econômica aquecida", diz Flávio Ataliba, diretor geral do Ipece. "Investimentos como o do hub da Air France ajudam a atrair outros investimentos. E essa é uma das justificativas para que a gente tenha um cenário positivo para o próximo ano".

arte
CSP é diferencial

Considerando apenas a balança comercial cearense, a expectativa é de que em 2018 o Estado comece a apresentar superávits de forma consistente, podendo fechar o ano com o primeiro saldo positivo desde 2005, quando as exportações superaram as importações em US$ 345,1 milhões. O principal responsável por esses resultados é a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que hoje responde por metade de tudo o que o Ceará envia para o exterior. E em 2018, além do aumento da produção da siderúrgica, são esperadas novas empresas exportadoras no Cipp, como do setor de granito.

Melhora no emprego

Outro fator que deve favorecer a economia cearense é a queda do nível de desemprego. Nos dez primeiros meses deste ano, o Estado registrou saldo positivo em seis meses. E, apenas em outubro, o número de contratações com carteira assinada superou em 2.918 a perda de postos de trabalho no Estado, segundo o Ipece. "Estamos terminando um ano com boas notícias, mesmo depois de seis anos de seca, de uma crise econômica sem precedentes e com uma dificuldade fiscal imensa do Governo Federal, que vem reduzindo muito o volume de recursos para estados e municípios", diz Maia Júnior, titular da Secretaria de Planejamento do Estado (Seplag).

Apesar da melhora dos indicadores econômicos do País, Maia Júnior avalia que em 2018 o Brasil vai passar por um lento período de transformações econômicas. "Eu não tenho uma expectativa de ver um 2018 muito melhor do que vem acontecendo de 2014 para cá. Acho que a nossa economia ainda tem muitas dificuldades a serem superadas. E o que nós, no Ceará, precisamos, é que a economia do Brasil cresça", disse. 

LEIA AINDA:

> Cenário mostra condições favoráveis para economia avançar em 2018
> Construção espera vendas melhores
> Indústria espera ano melhor, após pequena reação em 2017 
> Previdência: maior desafio para manter crescimento
> Chuvas serão determinantes para expansão da agricultura
> Alta na confiança e no consumo anima o comércio 

 

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.