Pessoas idosas no Ceará sustentam ¼ dos lares mas ainda precisam ter vez e voz

Recentemente foi noticiado dado que chama atenção e que serve de reflexão para políticas públicas e interessa a sociedade em geral

Escrito por
Ana Carolina Neiva producaodiario@svm.com.br
Defensora Pública do Ceará
Legenda: Defensora Pública do Ceará

Amanhã, dia 1 de outubro é o dia internacional da Pessoa Idosa, data que também representa no Brasil o dia da pessoa idosa e o dia da promulgação do Estatuto da Pessoa Idosa de 2003. É um dia para lembrar daqueles que mesmo sendo chefes de família de ¼ das famílias, ainda são pouco cuidados, pouco escutados, negligenciados e vítimas de preconceito e violência.

Recentemente foi noticiado dado que chama atenção e que serve de reflexão para políticas públicas e interessa a sociedade em geral. No Ceará, 323 mil pessoas com mais de 60 anos seguem trabalhando, dado de pesquisa do IBGE de 2024. Além disso, de acordo com o IBGE, 778,7 mil domicílios no Ceará, ou ¼ do total, é chefiado financeiramente por pessoas acima dos 60 anos.

​As questões que levam a essa realidade são várias, desde a precarização da aposentadoria, às necessidades financeiras. Outro ponto relevante que tem sido notícia e que estamos lidando diariamente na Defensoria Pública são as fraudes relacionadas a descontos nas aposentadorias e aos inúmeros golpes relativos a bancos, cartões, pix, em ambientes físicos e virtuais. É preciso que se trate sobre inclusão digital, segurança e responsabilização. Além disso, foi realizada pesquisa pela USP na qual cerca de 54% das demências na América Latina poderiam ser evitadas, muito acima da média global de 40%.

A rápida taxa de envelhecimento resulta ainda na urgência de mais orçamento e políticas públicas. No Brasil, as pessoas idosas têm vários direitos reconhecidos e em 2025 ocorrem as conferências municipais e estaduais e em dezembro a 6a Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas Idosas em Brasília com o tema "Envelhecimento Multicultural e Democracia: Urgência por Equidade, Direitos e Participação".

É preciso que as pessoas idosas tenham vez e voz em relação às suas vidas e seus direitos, que sejam escutados e que a sociedade reflita sobre o preconceito pela idade, pois não se trata de algo futuro, mas que está na pauta da saúde pública, da economia, da política e da segurança pública.

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