O colégio, os casarões e a Furna da Onça

Na mesma avenida, pouco depois do cruzamento com a Rua Samuel Uchoa, outro ponto nos chama a atenção: os quatro velhos casarões ali existentes, provavelmente construídos entre as décadas de 1930 e 1940

Escrito por
Gilson Barbosa producaodiario@svm.com.br
Jornalista
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Cada cidade famosa tem seus ícones turísticos. Paris, por exemplo, tem a Torre Eiffel; Roma, o Coliseu ou a Fontana di Trevi; Nova York, a Estátua da Liberdade; e o Rio de Janeiro, o Cristo Redentor, entre outras. Mais modestamente, Fortaleza tem o Teatro José de Alencar, a tradicional Praça do Ferreira ou a Beira-Mar, para destacar alguns de seus pontos mais conhecidos. Porém, se dirigirmos um olhar mais íntimo, a partir das recordações com as quais nos identificamos, cada bairro também tem lá seus “ícones”. No caso do Jardim América, onde residi na minha infância e adolescência, por quase 20 anos, existem essas marcas. Nesta cidade que despreza sua história, principalmente sob o aspecto arquitetônico, aquele bairro conserva três locais bem peculiares.

O primeiro é o Colégio Juvenal de Carvalho, das irmãs salesianas, na Avenida João Pessoa – esta, aberta no início do século XX e beneficiada com pavimentação de concreto e paralelepípedo em 6 de julho de 1930, recebendo este nome, a partir de 21 de outubro do mesmo ano, em homenagem ao político paraibano assassinado durante a revolução que levaria Getúlio Vargas à Presidência da República.

O colégio, inaugurado em 26 de abril de 1933, inicialmente com o nome de Maria Auxiliadora e voltado apenas ao ensino de estudantes do sexo feminino, receberia o nome de Ginásio Juvenal de Carvalho a partir de 28 de novembro de 1938, agraciando o benemérito que muito colaborou para sua construção. Ainda hoje, a instituição é referência na educação de Fortaleza, hoje educando estudantes de ambos os sexos.

Na mesma avenida, pouco depois do cruzamento com a Rua Samuel Uchoa, outro ponto nos chama a atenção: os quatro velhos casarões ali existentes, provavelmente construídos entre as décadas de 1930 e 1940. Todos exibem arquitetura semelhante, de cumeeiras altas, resistindo à passagem do tempo. São imponentes, por seu porte e antiguidade. Aqueles imóveis, hoje desabitados e, à noite, na mais absoluta escuridão, bem poderiam inspirar a imaginação de autores clássicos de terror e suspense, como os norte-americanos Edgar Allan Poe (1809-1849) ou H. P. Lovecraft (1890-1937)! Num deles lembro que chegou a funcionar um sindicato de trabalhadores, por alguns anos. Por fim, no cruzamento das ruas Alexandre Baraúna e Carlos Câmara, uma tabuleta incomum, em forma de um felino, nos apresenta à Furna da Onça.

Esse estabelecimento, cuja existência conheço desde a infância e que já mudou de endereço várias vezes, é especializado na compra e venda de móveis e outros objetos usados. Já chegou, inclusive, a funcionar por breve tempo na Avenida da Universidade, no Benfica, mas é profundamente identificado com o Jardim América. Desconheço, porém, suas origens históricas, mas mantém clientela fiel e atravessa décadas ali. São três símbolos de um bairro querido, sempre presente na minha memória afetiva.

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