Aromaterapia e Transtorno do Espectro Autista

Escrito por
Rafael Oliveira producaodiario@svm.com.br
Rafael Oliveira é cientista
Legenda: Rafael Oliveira é cientista

O transtorno do espectro autista (TEA) envolve alterações complexas no neurodesenvolvimento que impactam diretamente a comunicação, a interação social, o processamento sensorial e os padrões comportamentais. Além dos sintomas centrais, muitos pacientes apresentam ansiedade, distúrbios do sono, hiper-reatividade sensorial, irritabilidade e disfunções gastrointestinais, fatores que aumentam o estresse familiar e dificultam os avanços terapêuticos.

Como morfologista, neurocientista e aromaterapeuta, acompanho com atenção os avanços em intervenções integrativas que dialogam com a neurobiologia do TEA. 

A aromaterapia se destaca por atuar diretamente no sistema olfativo, via de entrada rápida para o sistema límbico, estrutura cerebral associada à regulação emocional, à memória e ao ritmo sono-vigília.

Estudos realizados entre 2022 e 2024 indicam que a inalação de lavanda (Lavandula angustifolia) e bergamota (Citrus bergamia) reduziu níveis de cortisol salivar, melhorou a latência do sono e diminuiu episódios de agitação em grupos pequenos de crianças autistas. 

Modelos experimentais em roedores demonstram que compostos como o linalol modulam receptores GABA-A, além de reduzir neuroinflamação, mecanismos coerentes com hipóteses modernas sobre o desequilíbrio excitatório/inibitório no TEA.

Na prática clínica, oriento um protocolo ajustado ao perfil sensorial do paciente:
Inalação ambiental com difusor ultrassônico, duas vezes ao dia, utilizando de 1 a 4 gotas de lavanda.
Aplicação tópica (1% em óleo carreador), apenas em pacientes que toleram o toque, com foco em relaxamento muscular.

Importante também considerar o impacto positivo da aromaterapia na saúde emocional dos cuidadores. Famílias de pessoas com TEA vivem sob tensão crônica, muitas vezes negligenciando o próprio bem-estar. Criar ambientes aromáticos acolhedores, com óleos como olíbano e laranja-doce, pode oferecer momentos de pausa e reconexão no cotidiano.

Além disso, a aromaterapia pode ser integrada em contextos escolares e terapêuticos, respeitando as sensibilidades olfativas de cada criança.

Rafael Oliveira é cientista

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