A herança perene

Devemos mesmo agradecer ao Criador pela graça da vida. Por esta breve temporada no plano terreno, para alguns mais breve e, para outros, um pouco mais estendida

Escrito por
Gilson Barbosa producaodiario@svm.com.br
Jornalista
Legenda: Jornalista

Há alguns dias, fui ao velório de um jovem, falecido aos 41 anos apenas, vitimado pelo terrível câncer, doença que atinge milhares de pessoas todos os anos, infelizmente, no Brasil. Também fui, depois, à missa de sétimo dia, em sufrágio de sua alma. Em ambos os momentos só ouvi palavras elogiosas acerca de sua vida, de como Fellyppe (era este seu nome, assim grafado) foi bom marido, amigo, pai, genro… Principalmente sobre seu caráter, suas qualidades como ser humano, seu amor pelos animais, a curiosidade que tinha em desmontar aparelhos para montá-los novamente e conhecer seus mecanismos; inclusive, até, curiosamente, de consertar objetos defeituosos com os quais se deparava. Era prestativo, gostava de ajudar as pessoas.

Ao tomar conhecimento de tantas coisas, como também do amor que tinha à jovem esposa e à família (era natural de Maceió, capital alagoana), pensei no que realmente importa na nossa passagem (rápida) por este mundo e no que podemos deixar como inabalável herança para os pósteros, aqueles que seguir-nos-ão nas futuras gerações. Como diria o poeta português Fernando Pessoa (1888-1935), “às vezes ouço passar o vento; e, só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”.

Devemos mesmo agradecer ao Criador pela graça da vida. Por esta breve temporada no plano terreno, para alguns mais breve e, para outros, um pouco mais estendida. Um dia, não estaremos mais aqui. E, durante esta passagem, cabe-nos aproveitá-la da forma mais digna e honrada possível. Neste processo, praticando gestos e atitudes de amor, de solidariedade, de bondade, de entendimento e empatia para com nossos semelhantes.

Infelizmente muitos não sabem dispor sabiamente da vida. Exatamente por isto, vivemos dias de tribulações, dificuldades, onde o egoísmo, a maldade, a violência, o individualismo e a falta de empatia deprimem os indivíduos. Estes, voltados a condutas negativas, desprezam valioso e irreversível tempo. Sêneca (4 a.C. - 65), filósofo e escritor romano da Antiguidade, disse, certa vez: “Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”. Sábio conselho, por sinal! Necessário se faz que, com atitudes positivas, saibamos usufruir cada dia que nos é concedido.

O exercício continuado e perene do bem dar-nos-á alegria, felicidade, bem-estar, harmonia, equilíbrio, entusiasmo. Não há caminho melhor. Somente assim, interagindo com nossos semelhantes dentro da própria família e as pessoas com as quais convivemos em nossas atividades diárias, dentro da nossa comunidade, deixaremos, certamente, bons exemplos “para merecer quem vem depois”, como diz a letra de “Sal da Terra”, música do mineiro Beto Guedes (1951-). Esta será, indiscutivelmente, nossa melhor e permanente lembrança. Ao fim e ao cabo, é o que de nós ficará !

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