O que está por trás dos constantes cancelamentos da Voepass em estados do Nordeste?

Legenda: Há informações de cancelamentos entre Fortaleza e Juazeiro do Norte, rota que utiliza um ATR 42 de matrícula PR-PDS, conhecido pela quantidade de falhas mecânicas
Foto: Lucas Lima (@limaspottersbfz)/Arquivo pessoal

A Voepass tem dado causa a muitas reclamações por cancelamento de voos nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

No Ceará, recebo muitas informações de cancelamentos entre Fortaleza e Juazeiro do Norte, rota que utiliza um ATR 42 de matrícula PR-PDS, conhecido pela quantidade de falhas mecânicas.

Há poucos dias, um leitor compartilhou com a coluna sobre um atraso relevante no seu horário de partida de Fortaleza para Juazeiro do Norte, com posterior cancelamento para o dia seguinte, quando houve um novo cancelamento. O transtorno o fez optar por voar até Juazeiro com a Azul Linhas Aéreas.

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Semana passada também houve muitas reclamações envolvendo os voos entre Natal e Mossoró, sobretudo numa época em que o trajeto rodoviário entre as cidades potiguares está comprometido por uma ponte na BR-304 que foi arrastada pelas águas de uma enchente, acarretando um desvio que aumenta em horas a viagem de carro.

As pessoas viram o problema da ponte e buscaram contorná-lo (literalmente) realizando o trecho com a Voepass, única empresa a operar a rota. Não esperavam, porém, que teriam voos cancelados. 

A companhia tem resolvido o problema dos passageiros, enviando-os até os destinos em carros de aplicativos, segundo informações da mídia potiguar. A estratégia pode atentar até contra a própria segurança dos passageiros, a menos que esses motoristas possuam treinamentos específicos de segurança ao volante.

Há também relatos de voos cancelados entre Mossoró e Fortaleza. Um blogueiro potiguar informou sobre funcionários do ramo de óleo e gás que perderam suas conexões para o Rio de Janeiro na capital cearense. Novamente, a informação é que foram de carro até Fortaleza.

No início de abril, foi uma influencer que relatou ter “ficado presa” em Fernando de Noronha pelo cancelamento de voos da Voepass. No caso abaixo, a Voepass informou que o cancelamento ocorreu por questões meteorológicas.

Pelo motivo que for, a verdade é que leio muitos reportes de viajantes que não dão credibilidade às operações da Voepass. Sabemos o valor da companhia, inclusive já relatamos como tem crescido em passageiros transportados justamente na região Nordeste.

No Brasil todo, a imagem da empresa é confrontada por maus comentários. Por exemplo, este ano já demos com exclusividade como a empresa cancelou diversos destinos na Bahia.

Há quem diga que a empresa é muito inconstante na manutenção de alguns destinos para onde voa.

Em 2023 mesmo, fizemos críticas à companhia por descontinuar suas operações à Juazeiro do Norte.

Como melhorar?

Perguntamos à empresa o que fará no curto-médio prazo para operar de forma mais conforme, sobretudo no Nordeste.

A empresa é muito importante para todo o Brasil, justamente porque temos empresas de menos, não de mais. Por isso, precisa operar com mais robustez.

"A VOEPASS Linhas Aéreas informa que os cancelamentos de voos ocorridos recentemente foram pontuais e por motivos técnicos/operacionais. Entretanto, a companhia reitera que, está constantemente avaliando e implementando medidas que visam garantir a qualidade dos serviços prestados", informou em nota

"A empresa ressalta que realiza suas operações com sua frota de aeronaves ATR 42  e ATR72 estando sempre alinhada com a demanda de passageiros e com o número de turistas permitido em Noronha e, que estuda novas possibilidades de operações no Nordeste, porém, sem previsão", compartilhou com a coluna a aérea.

Fontes com quem conversei informaram que a Voepass está sendo bastante impactada por uma baixa no número de aeronaves disponíveis. Estão precisando remanejar aeronaves de regiões para outras, a fim de atender a demanda, fazendo-as realizar mais voos que a média. Daí surgem manutenções programadas e não-programadas.

Porém, há reportes, inclusive da mídia, de que a empresa receberá mais aeronaves, o que permitirá trocar alguns aviões menos confiáveis em termos de manutenção.

 



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