Reforma da Previdência é a prioridade em 2017

Para ministro, assunto está diretamente relacionado ao teto de gastos aprovado e um complementa o outro

Escrito por Redação ,
Legenda: Para a Fazenda, as mudanças nas regras da Previdência são fundamentais para que o limite de despesas do teto de gasto seja sustentável
Foto: Foto: Silvana Tarelho

Brasília. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem, 21, que a prioridade número 1 da agenda econômica do governo Michel Temer em 2017 é a aprovação da reforma da Previdência. A proposta foi enviada depois que o governo conseguiu a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto de gastos. Na entrevista de final do ano, o ministro disse que a priorização da agenda é "fundamental".

Segundo o ministro, as mudanças nas regras da Previdência Social são fundamentais para que o limite de despesas imposto pelo teto de gasto seja sustentável no longo prazo para garantir que todos recebam a sua aposentadoria. "É importante garantir que a Previdência será solvente", afirmou, destacando que a necessidade da reforma é uma realidade e não opinião.

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Ele combateu a ideia de que as mudanças possam ser mais tarde alteradas pelos próximos governantes. "É uma mudança que vai além de tendências de cada governante", afirmou.

Trabalho

Sobre a reforma trabalhista, Meirelles disse que ela é necessária, principalmente para promover a racionalização das relações trabalhistas, mas reconheceu que o tema "extrapola e muito" as decisões exclusivas da área econômica. "Certamente caberá ao presidente anúncio ou não de medida a ser tomada ou proposta este ano", afirmou. Segundo o ministro, já existem discussões sobre mudanças trabalhistas no parlamento e no Judiciário. "Faz parte do grande trabalho de aumento de produtividade da economia brasileira", afirmou.

'Governo não está atado'

"A priorização é fundamental em qualquer atividade, inclusive na atividade legislativa, não há dúvida. A prioridade número um, certamente, é a reforma da Previdência", disse Meirelles. Ele também destacou as medidas microeconômicas que pretendem aumentar a produtividade do país, as mudanças tecnológicas que facilitam a vida dos cidadãos e das empresas, como a simplificação do pagamento de impostos e de obrigações trabalhistas. "O governo federal não está de mãos atadas. Tem adotado ações positivas para o crescimento. Esse governo não adotará praticas artificialistas, que levaram a grandes fracassos no passado. Não há ideias iluminadas para a economia comece a crescer rapidamente. A economia tem sua dinâmica", diz.

Dívida dos estados

Para o ministro, este ano mostrou que o Brasil está enfrentado questões fundamentais e está empenhado em resolver os problemas fiscais. Em relação ao projeto que cria condições especiais de renegociação para os estados mais afetados pela crise econômica, Meirelles minimizou a derrota na votação de terça-feira (20) e disse que as contrapartidas derrubadas pelos deputados serão mantidas nas negociações individuais com os estados que pedirem socorro.

Inflação

No balanço de fim de ano, o ministro destacou ainda os esforços do Banco Central (BC) para reduzir a inflação. Segundo ele, o dado ajudará o BC a definir melhor a trajetória para os juros básicos da economia em 2017, e o Ministério da Fazenda está fazendo sua parte ao conter os gastos públicos para segurar a inflação. "Na medida em que a inflação corrente e principalmente expectativa de inflação caem e convergem para o centro da meta, isso dá melhores condições ao Bano Central", afirma.

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