Quando o sonho do 'sim' se torna um pesadelo

Consumidores devem ter atenção ao contratar um serviço para não serem surpreendidos por golpistas

Escrito por Redação ,
Legenda: Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon-CE) aconselha buscar informações seguras sobre os prestadores de serviços e garantias para se preservar ao assinar o contrato
Foto: Foto: Fabiane de Paula

Em um mercado com tantas possibilidades - visto a diversidade de serviços que podem ser ofertados - é imprescindível ficar atento ao fechar contrato com fornecedores a fim de não deixar que a caminhada até o tão sonhado "sim" não se torne em um pesadelo. De acordo com o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), desde o início do ano até o último dia 16 deste mês, já são 78 reclamações registradas de consumidores que se sentiram lesados por empresas que atuam no ramo de festas.

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O caso da assistente de setor pessoal Michelly Vasconcelos deve incrementar esse número, já que ela se sentiu enganada por um fornecedor e avalia registrar a queixa nos órgãos de defesa competentes como Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon Fortaleza) e Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon-CE).

Com casamento marcado para outubro, ela recebeu a indicação de uma empresa que presta serviços fazendo coquetéis. "Meu tio e a esposa dele foram para um aniversário de 15 anos e gostaram muito do serviço dessa pessoa e me indicaram ele. O valor estava na mesma faixa de preço dos outros que eu pesquisei, mas como era indicação, resolvi fechar", explica Michelly.

Descoberta

Ao firmar o contrato, cuja premissa era o pagamento de 50% do valor total do serviço a ser prestado, Michelly recorreu a um grupo em uma rede social no qual ela e mais 33,1 mil usuários entre noivos, fornecedores e outras pessoas interessadas no assunto compartilham experiências e indicações. "Eu fui indicar porque já haviam me dito que ele era bom. Foi quando as meninas começaram a falar que já haviam várias denúncias contra ele e eu comecei a marcar para ver as demonstrações de drinks, para ter mais contato, mas ele nem me dava satisfação. Marquei três vezes e nem notícia", detalha ela.

Novamente, Michelly resolveu recorrer ao grupo na tentativa de evitar que outras noivas não acabassem tendo o mesmo problema contratando o serviço da empresa.

"Quando ele (fornecedor) viu a publicação, entrou em contato comigo dizendo que no dia 5 de maio ia depositar o valor que eu tinha pagado como se fosse uma desistência. Eu ia receber 30% do dinheiro pago. Fiquei esperando, mas ele não depositou e simplesmente voltou para o mercado. Eu não tenho mais esperança de receber esse dinheiro", diz.

Recomendações

A promotora de Justiça e secretária-executiva do Decon-CE, Ann Celly Sampaio, avalia que não há como ficar 100% imune a um golpe como o sofrido por Michelly, mas destaca que algumas medidas podem ajudar na busca por um fornecedor sério.

"A primeira é procurar por uma empresa que seja conhecida no mercado e desconfiar das grandes ofertas. Eu sugiro que o contratante ligue para os órgãos de defesa do consumidor. Nós também temos em nosso site a relação de empresas reclamadas. Normalmente, os consumidores ligam para saber se as empresas que elas querem contratar foram reclamadas, se já foram multadas, e a gente fornece isso tanto no atendimento eletrônico como no nosso telefone", detalha ela.

Além disso, ela também recomenda que o consumidor busque o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da empresa pretendida. "A gente recomenda buscar referências sobre a empresa entre amigos, buscar também se ela está sendo reclamada no 'Consumidor.Gov', no 'Consumidor Vencedor', ver se a empresa tem um site, se ela é estabelecida em algum local e buscar os trabalhos que ela já realizou", indica Ann Celly.

Em casos de contratos com buffets, a promotora afirma a importância de buscar se a empresa tem certificado de vigilância sanitária. "O consumidor deve marcar para olhar a cozinha da empresa. Na visita ao buffet, deve lembrar de verificar se há saídas de emergência, certificado do corpo de bombeiro. É algo imprescindível em um evento de grande porte e ainda mais que envolve a parte afetiva, então o consumidor acaba criando uma grande expectativa". (IC)

Auxílio

"Eu sugiro que ligue para os órgãos de defesa do consumidor. Nós temos em nosso site a relação de empresas reclamadas"

Ann Celly Sampaio - Secretaria-executiva do Decon-CE

Mais informações

Decon-CE (R. Barão de Aratanha, 100 - Centro Fortaleza - CE)

Telefone: 0800.275.8001 http://www.mpce.mp.br/decon/

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