Pacote deve atrapalhar a retomada do crescimento

As medidas anunciadas pelo governo deverão ter impactos na economia do País. Para o economista Alex Araújo, o pacote poderá, de certa forma, atrapalhar a retomada do crescimento. "Eu não acredito que agrave a crise que a gente está vivendo, porém são medidas paliativas. O governo precisa avançar nessas reformas e essa é uma condição para o crescimento sustentável", explicou Araújo.

Leia mais

.Medidas podem aprofundar recessão

.Meirelles nega tensões com setor

.Fim da desoneração da folha para 50 setores 

Para ele, a indústria e as cooperativas de crédito serão setores afetados pelas medidas. "No caso da indústria tem a reoneração da folha de pagamento, e das cooperativas o aumento do IOF para o crédito. É ainda possível que se o governo não fechar as contas deste ano ele aumente mais uma vez o IOF", avaliou.

Ele ressaltou, entretanto, que as medidas são necessárias para o governo fazer os ajustes. "É preciso buscar um equilíbrio nas contas. O desequilíbrio atual afugenta os investimentos e afeta no crescimento da economia", sustentou Araújo.

Credibilidade

Já para o economista Delano Macêdo, a boa notícia se refere ao aumento de credibilidade do governo frente aos investidores. "Quando o governo traça objetivos, ele mostra que está preocupado com a credibilidade com o grau de investimento do País. Essas decisões precisam ser olhadas de uma forma mais ampla", ponderou ele.

Segundo Macêdo, as medidas em si trazem mais credibilidade para a retomada de crescimento da economia. "Gera um movimento positivo e uma mudança de humor", disse. Ele acredita ainda que as medidas são duras, porém sérias e essenciais e têm como objetivo reverter a situação atual de crise. "São sacrifícios necessários por parte do governo", defendeu.

Efeitos negativos

De acordo com Macêdo, as medidas podem ter efeito direto no aumento das demissões e na diminuição da velocidade de contratações. "São impactos pontualmente negativos em um primeiro momento", finalizou.