Meirelles nega tensões com setor

Escrito por Redação ,

Brasília. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, negou a existência de tensões com o setor produtivo por causa da reversão quase total da desoneração da folha de pagamento. Segundo o ministro, as entidades da indústria não estão em oposição raivosa contra o governo por entenderem que a medida não representa aumento generalizado de alíquota e só afeta alguns setores da economia.

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"Recebi esta semana os autores de alguns dos anúncios (que criticam aumentos de tributos). Ouvi deles que não há preocupação em relação a essa medida especificamente. O que existia era uma preocupação com o aumento generalizado de tributos como PIS/Cofins (Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, cobrada sobre os combustíveis), o que não aconteceu", declarou o ministro.

Base aliada

De acordo com Meirelles, tanto a reversão da desoneração da folha de pagamento para 50 setores como o fim da isenção de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para cooperativas de crédito foram bastante negociados com políticos da base aliada e empresários. "Foi um cuidado que tivemos em anunciar hoje, não na semana passada. Não apenas fizemos estudos jurídicos como dialogamos com parlamentares e setores empresariais", justificou.

Terceirização

Sobre a aprovação do projeto que permite a terceirização irrestrita nas atividades das empresas, Meirelles disse que ainda vai esperar a decisão do presidente Michel Temer em sancionar a lei ou em esperar a aprovação do projeto com regras mais brandas que tramita no Senado. Ele, no entanto, disse que a equipe econômica trabalhará para que a ampliação do número de trabalhadores terceirizados não gere perda de arrecadação para o governo.

"A lei (aprovada pela Câmara) ainda não foi sancionada. Existe a discussão de outro projeto de lei em tramitação no Senado. A partir daí, veremos o que será de fato sancionado pelo presidente. Vamos olhar com serenidade, mas tomar providências no processo final para que não haja perdas relevantes de arrecadação. A ideia é que a economia cresça e crie empregos com maior rapidez", declarou.

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