Mercados acionários da Europa operam em baixa diante da crise grega

Os mercados acionários europeus começaram esta segunda-feira (29) em forte queda devido ao temor de colapso financeiro da Grécia, que anunciou neste domingo (28), durante discurso do primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, o fechamento de seus bancos e o limite de saque diário de 60 euros. Diante do cenário instável, bolsas de ações ao redor do mundo operam em baixa.  

A Grécia tem até terça (30) para pagar 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Sem este pagamento, o país pode entrar em situação de calote e está arriscado a sair da zona do euro. 

Para realizar o pagamento, a Grécia precisa de empréstimos de outros países europeus. Tsipras decidiu, entretanto, que realizará um referendo no dia 5 de julho para que o povo grego decida se vai aceitar as condições desse empréstimo visto que os credores internacionais exigem duras reformas econômicas, como alta de impostos e cortes nas aposentadorias. A resistência de Tsipras em cortar aposentadorias deve-se sobretudo ao seu entendimento de que esta ação aprofundaria a crise econômica do país, onde um quarto da força de trabalho já está desempregada. 

Os bancos gregos permanecerão fechados para impedir saques em massa e o mercado acionário da Grécia não terá operações a semana inteira. A abertura dos bancos está prevista somente para o dia 6 de julho, dia seguinte ao referendo, mas os controles de capital ainda devem durar alguns meses. 

A decisão da Grécia de decretar o fechamento dos bancos veio após o anúncio do Banco Central Europeu (BCE) de que não ampliaria a ajuda emergencial a instituições financeiras gregas, o que acabou levando grande número de gregos aos bancos no final de semana, temerosos de perder dinheiro com a piora da crise. Atualmente, a dívida grega é de mais de 320 bilhões de euros, superando o limite estabelecido para fazer parte da zona do euro de 60% do PIB.