Gol cobrará por marcação antecipada de assento

Reservas com antecedência custarão R$ 20 para a nova tarifa promo e R$ 10, para a light

Escrito por Yohanna Pinheiro - Repórter ,

Clientes da companhia aérea Gol que optarem pelas tarifas mais baratas de passagens – a light e a recém-lançada promo – terão de pagar uma taxa para poderem reservar um assento antes do check in. Os valores para a reserva antecipada são de R$ 10 para quem optar por uma passagem pela tarifa light, e de R$ 20 pela promo, permanecendo gratuita aos clientes que comprarem pelas outras (plus e max). 

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Aqueles que comprarem bilhetes pelas tarifas light e promo que não quiserem pagar pela reserva antecipada ainda poderão marcar os assentos quando fizerem o check in (que dura de sete dias a 45 minutos antes do voo, segundo a companhia). A cobrança só vale para os voos comprados desde ontem; as passagens adquiridas até a última quarta-feira (21) continuam com as regras anteriores. 

Outra mudança diz respeito à antecipação de voo, que não será permitida aos clientes que adquirirem passagens na tarifa promo. Para os bilhetes da tarifa light, a antecipação em até seis horas antes do voo original poderá ser feita com o pagamento de taxa de R$ 50, serviço que permanece gratuito para as tarifas Plus e Max. Nesta última, a mais alta, é permitido antecipar o voo gratuitamente para qualquer horário do dia do voo original. 

Essas alterações fazem parte do novo perfil tarifário da companhia, que lançou ontem a tarifa promo com a promessa de oferecer um valor até 30% mais baixo que a menor tarifa praticada pela empresa até então (light). De acordo com a Gol, a criação da tarifa mais acessível se deu por conta da busca para reduzir os custos operacionais, de forma que a companhia diz ter alcançado o menor custo por assento na América Latina. 

A nova tarifa, tanto nos voos nacionais como internacionais, mantém o direito a lanches, TV ao vivo a bordo e carregamento de telefones celulares e tablets. Assim como a tarifa light, a promo é voltada aos passageiros que buscam o menor preço e que não têm necessidade de despachar bagagens. A tarifa light, segundo a companhia, já corresponde a 65% dos bilhetes emitidos pela Gol, com aderência mais forte do público corporativo e do jovem. 

A companhia afirma que a nova estrutura tarifária visa oferecer produtos que atendam tanto as necessidades de quem busca a menor tarifa possível quanto aos passageiros que exigem mais flexibilidade e serviços adicionais na hora de viajar. “Nosso objetivo é dar ao cliente Gol total controle sobre suas preferências individuais ao adquirir um bilhete aéreo para voar conosco”, afirma Eduardo Bernardes, vice-presidente de Vendas e Marketing.

O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, notificou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que se manifeste a respeito da nova cobrança para marcação de assentos da Gol. 

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados também informou que questionará a cobrança.

Segmentação de perfis 

Segundo Alessandro Oliveira, pesquisador do Núcleo de Economia do Transporte Aéreo do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, a tendência é que haja maior segmentação dos passageiros no mercado aéreo. “As companhias vão descobrindo formas de segmentar de acordo com o perfil do passageiro. Pode haver empresas que customizem seu produto e cobrem de outra forma”. 

Com a segmentação, as companhias conseguem atender tanto aos passageiros que buscam preços mais acessíveis quanto aos que exigem mais conforto. “Se a pessoa quer pagar mais barato pelo voo, tem que pagar a marcação antecipada. A passagem mais cara já vem com isso embutido”, explica. 

Ele pondera que as diferentes tarifas têm melhor desempenho em época de crescimento econômico, uma vez que, na crise, há uma maior busca por passagens mais econômicas. “A tendência é de diversidade de cobranças na busca de uma customização, à medida que o passageiro brasileiro tenha essa variedade. As companhias que tiverem as estruturas de segmentação mais eficientes vão ser as mais lucrativas”, destaca o pesquisador.

Outras empresas

A reportagem entrou em contato com outras empresas sobre medidas semelhantes à da Gol. A Latam informou “que não cobra pela reserva de assento e, no momento, não estão previstas mudanças”. A Avianca disse “que a marcação de assentos é sem custo”. Já a Azul afirmou que está acompanhando o mercado e, oportunamente, fará anúncios sobre o tema.

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