Ferramenta ajuda a aproximar os clientes das lojas

Com as mudanças, o Sebrae-CE já trabalha para desenvolver uma trilha de atendimento focada no e-commerce

Escrito por Redação ,
Legenda: O Sebrae-CE aponta como desafio aos empreendedores ganhar a confiança dos clientes da classe C, que têm menos experiência na rede
Foto: FOTO: LUCAS DE MENEZES

O crescente uso das redes sociais e dos aplicativos de mensagens instantâneas por comerciantes é visto pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Severino Neto, como uma forma de aprimorar a comunicação. Ele explica que a busca por essas ferramentas é mais uma alternativa encontrada para se conversar com o cliente e não tem relação com o atual cenário econômico do País. "É isso que o varejo fez a vida toda e tem utilizado as redes sociais para aprimorar isso", pondera

> WhatsApp impulsiona novos empresários

> Tecnologia auxilia nas vendas de artigos infantis

> Encomendas são feitas pelo celular

Severino afirma que existem diversas empresas trabalhando dessa forma, tanto na mercado informal quanto de modo mais profissional. Segundo ele, as lojas que utilizam o WhatsApp não são, necessariamente, uma rede menor, mas uma faz um contato mais pessoal, um atendimento mais específico.

"Essa comunicação atinge tanto o informal quanto o formal. Há muitas empresas formais trabalhando de uma forma profissional. O WhatsApp é uma ferramenta como se vendia por telefone no passado" revela.

O presidente da CDL também ressalta a importância do aplicativo na difusão dos produtos. Ele lembra que nem sempre a comunicação precisa partir das lojas, pois muitas pessoas podem fotografar determinado produto e compartilhar com os amigos.

Prática recente

O professor de Economia da Universidade de Fortaleza (Unifor), Mario Monteiro, diz que ainda é cedo para analisar o cenário do comércio impulsionado pelo WhatsApp, pois a prática ainda é muito recente. "É difícil analisar o cenário, ainda está muito cedo. As redes sociais, como um todo, são canais de comunicação poderoso, divulgando coisas, uma propaganda", conclui.

Apesar de o presidente da CDL não associar o uso mais intenso dessas ferramentas à crise econômica pela qual passa o País, Mario avalia que a população pode recorrer mais a esses canais devido ao aumento do endividamento dos canais formais.

"A população está sem dinheiro, estamos vivendo o início de um processo de depressão. Eles não estão poupando, o saque é maior do que a entrada. Talvez as pessoas estejam com maiores dificuldades, com endividamento para fazer uso dos canais formais", explica.

Trilha de atendimento

Com a expansão do comércio eletrônico e a expectativa de, neste ano, a internet móvel gerar ainda mais atividades de compra, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE) trabalha para desenvolver uma trilha de atendimento focada no e-commerce.

A gestora de comércio eletrônico da instituição, Marta Campelo, explica que a ideia é desenvolver o atendimento neste ano para que em 2016 ele já esteja bem estruturado.

Potencial

De acordo com Marta, o Sebrae-CE quer criar condições para orientar tanto o potencial empreendedor quanto o empresário que já possui comércio físico e deseja investir no e-commerce. "Tem toda uma técnica, precisa ser seguro e direcionado ao público-alvo. É necessário também saber qual rede social é melhor para atingir um determinado segmento", explica. A gestora esclarece que o Sebrae-CE, atualmente, atende esses empreendedores com informações básicas iniciais, além de consultorias e promoção de cursos. Ela reforça, ainda, que os empresários precisam saber como colocar a informação. Marta alerta para o modo de divulgação no WhatsApp, pois a população pode ver o conteúdo como spam.

Os dados divulgados pela instituição também mostram que o número de consumidores do e-commerce cresce a cada ano no Brasil. O País passou de 1 milhão de usuários, em 2001, para 61,5 milhões, em 2014, liderando o ranking de comércio eletrônico na América Latina, com 60% de participação nas compras, seguido pelo México, que registrou 30%.

O Sebrae-CE aponta como desafio aos empreendedores ganhar a confiança dos clientes da classe C, que têm menos experiência na rede. Conforme o balanço, eles estão sendo atraídos pelas facilidades de acesso a cartões de crédito e também devido ao aumento na venda de notebook e dispositivos móveis, além de considerarem a credibilidade da loja e o recebimento do produto no dia prometido como diferenciais.

Protagonista

Viagem foi organizada pelo aplicativo

"Decidi viajar para Pernambuco com alguns amigos. Alugamos um apartamento para ficar durante a permanência lá. Todos os trâmites de aluguel resolvemos pelo WhatsApp, conversando com a proprietária do imóvel. Tudo o que ela precisava nos passar era feito pelo aplicativo"

Hilgemberg Gonçalves
Estudante de Direito

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.