Em rota de sucesso, 'Aviões' saltou do popular ao 'privilége'

Especula-se que a banda não toque por menos de R$ 200 mil, o que faz dela uma das mais bem pagas do mercado

Escrito por Jéssica Colaço - Repórter ,
Legenda: Palco Turbina foi projetado exclusivamente para banda capitaneada por Solange e Xand

Da banda que começou a carreira apostando numa música com trocadilhos - "Não é nada disso" foi uma das primeiras músicas do grupo que estourou nas rádios - ao fenômeno do forró que, hoje, tem os shows sempre associados a termos como pool party, privilége e private, evidenciando não apenas o estilo da maioria do público que os segue, mas transmitindo a projeção internacional que eles conseguiram. Com 14 anos, a Aviões do Forró elevou o gênero musical a outro patamar de público, de reconhecimento e, mais que isso, de investimentos e montantes financeiros que movimenta.

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Os valores dos cachês não são divulgados oficialmente pelos empresários da banda por se tratarem de dados considerados estratégicos, mas especula-se que Solange, Xand e sua equipe não sobem ao palco por menos de R$ 200 mil, e a média mensal é de 15 a 20 shows.

Os cantores, que no começo viam seu trabalho ser desvalorizado por contratantes que se recusavam a disponibilizar bons equipamentos de som para as apresentações, hoje, contam com a própria estrutura e, diga-se de passagem, uma megaestrutura - lançado em março, o palco Turbina foi elaborado especialmente para a banda, para apresentações especiais.

Turnês internacionais fazem parte da agenda do Aviões desde 2008, quando eles fizeram três apresentações nos Estados Unidos. A quinta turnê internacional, realizada em fevereiro deste ano, percorreu alguns países da Europa e tinha ingressos que podiam custar até R$ 547, segundo a cotação da época.

Investir na banda

Hoje, é Solange que carrega boa parte da imagem da banda junto aos fãs - no Instagram, ela tem 2 milhões de seguidores, enquanto Xand coleciona 1,4 milhão de seguidores - mas é ele que assume parte dos assuntos burocráticos do Aviões, inclusive aqueles que os levaram ao topo do cenário forrozeiro, segundo confirma a própria dupla.

"Eu sou meio alienada para essas tecnologias todas, mas o Xand sempre buscou ter o melhor som, a melhor luz, o melhor cenário, pra provar que a gente poderia fazer aquilo e levar para qualquer lugar", revela Solange.

Esse investimento na estrutura da banda, revelam os cantores, um dos fatores responsáveis por conferir status à equipe ao longo desses anos, começou motivado por uma preocupação em mostrar uma imagem diferente da terra natal do forró. "Lá no Sul, muita gente só pensa em seca quando lembra do Norte e Nordeste, e o forró automaticamente entrava nessa linha", lembra Xand. Para Solange, o maior incômodo era quando essa visão restrita da música causava julgamentos incorretos sobre o público que aprecia o gênero.

"As pessoas falavam que o forró era música de pessoas de pouca cultura, de baixo poder aquisitivo, e nós buscamos mostrar que o forró não é só isso. Nós lutamos e conseguimos chegar desde o público A até o B e o C. Hoje é bom para nós servirmos de referência", orgulha-se ela.

Investimentos

Apesar de estarem imersos na música, e assumirem que esse é o ramo que escolheram, os dois já começaram, ainda que sutilmente, a investir em outras atividades, mas ainda ligadas ao entretenimento ou direcionadas ao público forrozeiro. Enquanto Solange vem apostando na moda, com uma marca própria de t-shirts e projetos de coleções de lingerie e óculos, Xand tornou-se sócio de uma churrascaria, o Bang's, e já se prepara para inaugurar a segunda unidade do negócio. "Eu já era cliente do Bang's antes, e decidi ser sócio porque é uma coisa que eu gosto, comer e beber", brinca, revelando as melhorias que já fez no lugar, desde a otimização do som até a inclusão de programação musical.

Superação

"As pessoas falavam que o forró era música de pessoas de pouca cultura, de baixo poder aquisitivo, e nós buscamos mostrar que o forró não é só isso".

"Nós lutamos e conseguimos chegar desde o público A até o B e o C. Hoje, é bom para nós servirmos de referência"

Solange Almeida - vocalista da banda Aviões do Forró

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