Dólar é o campeão de rentabilidade de 2015

Por outro lado, o ano passado não foi nada fácil para a bolsa de valores e 2016 chega sem boas perspectivas

Escrito por Redação ,
Legenda: A insegurança com os fatores interno e externo estimulou a corrida em direção ao dólar, sempre procurado pelos investidores e agentes econômicos para proteção em momentos de incerteza.
Foto: Foto: USP IMAGENS

Quem investiu em dólar ou ancorou o dinheiro em aplicações com rendimento atrelado à variação da moeda americana foi o grande vitorioso no mercado de investimentos em 2015. O dólar comercial fechou o ano como a aplicação mais rentável, com valorização de 48,49%.

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O pano de fundo que empurrou as cotações da moeda americana para cima foi o cenário de incertezas políticas e econômicas que permeou o mercado financeiro ao longo de 2015.Tanto quanto a crise doméstica nas duas frentes, o cenário externo associado à política de juros nos Estados Unidos e à queda do ritmo de crescimento da economia chinesa também influenciou a trajetória de alta da moeda. A insegurança com os fatores interno e externo estimulou a corrida em direção ao dólar, sempre procurado pelos investidores e agentes econômicos para proteção em momentos de incerteza.

Projeção

A expectativa é que a persistência das fontes de incerteza mantenha o dólar pressionado em 2016. A turbulência política terminou 2015 sem um desfecho, arrastando consigo a crise econômica para o ano que começa. Haveria, portanto, lenha suficiente para manter acesa a fogueira de valorização da moeda.

Analistas e economistas de mercado, contudo, estão mais comedidos ao avaliar a possível tendência do dólar. Para quem está de olho na moeda americana, seduzido pela vistosa arrancada de 2015, lembram o ditado segundo o qual desempenho passado não é garantia de rentabilidade futura. Parece altamente improvável que o dólar replique no ano que começa a alta do ano passado. Para os analistas, boa parte da valorização já teria ficado pelo caminho, ao longo do ano que acabou, comentam.

Mercado de ações

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou 2015 com desvalorização acumulada de 13,31%, o pior desempenho dentre as aplicações no mercado de investimentos em 2015. Foi o terceiro ano consecutivo de queda do mercado doméstico de ações.

O último ano que o Índice Bovespa (Ibovespa), principal referência da bolsa paulista e, também da brasileira, sustentou desempenho positivo foi em 2012, com valorização de 7,40%.

Sem perspectivas

O ano de 2015 não foi nada fácil para a bolsa de valores e 2016 tampouco chega com perspectiva boa para quem pretende aplicar em ações.

Segundo analistas e economistas do mercado financeiro, a bolsa sofre pressão de baixa que vem de todos os lados, principalmente a paralisia da atividade econômica, sem sinais de recuperação, e as incertezas com o cenário político e econômico do País.

Especialistas em investimento não vêm perspectiva de melhora para o mercado de ações no cenário projetado para 2016. É grande a preocupação com o agravamento do déficit das contas públicas, diante do aumento de gastos bastante acima das receitas, até como consequência da crise política e econômica.

Um quadro fiscal que se deteriora, pressionando a inflação, e pode levar a nova alta da taxa básica de juros, a Selic, deprimindo ainda mais o mercado de ações. Alguma melhora nesse cenário poderia animar alguma reação na bolsa.

As seguidas e contínuas quedas deixaram as ações baratas, especialmente em dólar, na conta que combina a baixa dos preços das ações com a forte valorização da moeda americana, que fechou 2015 com alta de 48,49%. Ainda assim, as ações estão longe das sugestões de especialistas para quem não quer correr riscos diante das turbulências que devem varrer com mais força o mercado financeiro.

Recomendação

A indicação é que, pelo cenário de momento, o investidor dê preferência às aplicações de renda fixa, remuneradas por juros, que estão altos e com pinta de que podem subir mais um pouco ao longo deste ano que começa.

Na renda fixa, o aplicador pode combinar segurança com rentabilidade até que o cenário fique mais claro para eventualmente trocar de aplicação, até migrando para as ações, em um ambiente de menos turbulência.

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