E a recente notícia que vem tomando conta dos jornais é o aumento da taxa de juros do cartão de crédito. A taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito teve um aumento de 9,4 pontos percentuais (p.p.) no mês de março. Depois de dois meses consecutivos de queda, o indicador divulgado pelo Banco Central voltou a subir, alcançando o patamar de 421,3% ao ano. Esses dados foram publicados pelo BC no boletim de Estatísticas Monetárias e de Crédito. No caso do parcelado, o juro passou de 188,9% para 190,6% ao ano entre fevereiro e março. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 85,1% para 87,0%. Neste cenário de aumento de juros podemos, imediatamente, ficar apreensivos e com muitas dúvidas: a Economia está piorando? Mas o Governo não limitou os juros em 100% da dívida? Como isso me afeta? Importante, em primeira instância, entendermos a representatividade deste aumento. Ainda que significativo, pois o rotativo aumentou sua taxa anual de 411,9% em fevereiro para 421,3% em março. Em janeiro deste ano, o Governo limitou a taxa de juros do cartão de crédito rotativo para o máximo de 100% sobre a dívida original, ou seja, uma dívida de 1 mil reais, por exemplo, poderá ter no máximo 1 mil reais de juros. Então porque ainda está em 421,3%? Basicamente porque a limitação dos juros deu-se para compras a partir de janeiro deste ano. Assim, as altas taxas ainda representam parcelamentos anteriores a 2024. O que esperar? Ficar atento a este sobe e desce de juros é essencial, sempre relacionado com a Economia brasileira e a Economia mundial, com grandes potências em crise e o Brasil com tendência de queda de juros básicos – Taxa Selic. Além disso, o endividamento, segundo o Banco Central, continua estável, principalmente devido a restrições de oferta de crédito e a melhor disciplina das pessoas nas suas compras. O que fazer, então? Enfim, é melhor você ficar atento a algumas sugestões que podem auxiliar suas finanças: Evite juros, evite parcelamentos. Para não cair nos riscos de ter que pagar juros exorbitantes, o ideal é evitar ao máximo os parcelamentos, pois este pode ser o estágio inicial do endividamento. Entenda a dívida e não a parcela que irá pagar. Pague a fatura total. Se você não está conseguindo quitar sua fatura mensal do cartão de crédito, isso indica que você comprou mais que sua renda, exatamente por entender que mais um a parcela de 50 reais não faz diferença. Grande ilusão. Utilize cartão para compras não recorrentes. Usar seu cartão de crédito para compras de supermercado, para alimentação ou badalações é o princípio da desorganização financeira, pois, acreditem, ainda que digam que a vantagem de milhas é importante, se você não reservar o dinheiro que iria pagar a vista, essa conta nunca vai fechar. Sabemos, portanto, que não existem milagres na gestão financeira pessoal. Ganhar mais e/ou gastar menos sempre funciona. Tenha coragem e olhe para suas dívidas. Pensem nisso! Até a próxima. Ana Alves @anima.consult emaildaanaalves@yahoo.com.br Economista, Consultora, Professora e Palestrante *Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.