Aplicações com juro atrelado à Selic, é dica de especialistas

Escrito por Redação ,
Legenda: Expectativa é que a elevação da taxa de juros seja feita na próxima reunião do Comitê de Política Monetária

O cenário para o ano de 2016 imaginado por analistas e economistas do mercado financeiro se anuncia tão turbulento quanto foi o de 2015. Pelo menos até o desfecho da crise política, em que o foco principal é o andamento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e de afastamento do deputado Eduardo Cunha da presidência da Câmara. E, como consequência disso tudo, alguma indicação ou sinalização dos rumos da política econômica.

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O que os economistas e analistas do mercado vêm como quase certo, em meio a esse cenário nebuloso, é a perspectiva de retomada de elevação da taxa básica de juros, a Selic, em uma tentativa do governo de deter a trajetória de alta da inflação.

A expectativa é que a elevação tenha início já na primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) no ano, marcada para os dias 19 e 20 de janeiro, e empurre a Selic acima de 15% ao ano nos próximos meses. Um nível de juro que asseguraria atraente margem de juro real, acima da inflação.

Ainda que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ultrapasse o teto da meta de 6,50% e chegue a 7%, 8% em 2016, um juro nominal de 15%, mesmo após o desconto de imposto de renda, estaria embutindo margem de ganho real acima da inflação.

Fundo DI

A indicação quase consensual dos especialistas é o fundo DI, cujo rendimento segue de perto a evolução da Selic, já que os recursos captados do aplicador são empregados na compra de LFT (Letras Financeiras do Tesouro), com rendimento atrelado à taxa Selic. Além da boa rentabilidade, o fundo DI possibilita saques a qualquer momento, com rendimento, o que permite rápidas mudanças de aplicação em caso de alteração no cenário político ou econômico que afete o mercado de investimentos.

Como a tributação é mais pesada em períodos curtos, o mais indicado é deixar o dinheiro investido por prazos mais longos em um fundo que cobre taxa de administração baixa, inferior a 1,50% ao ano. O fundo DI acumulou uma rentabilidade nominal média de 13,17% em 2015, segundo o administrador de investimentos Fabio Colombo. Desse rendimento deve ser descontado o imposto de renda e a taxa de administração.

Contra a inflação

Ainda no grupo de opções pós-fixadas, outra indicação de especialistas, para aplicações pouco mais longas, são os títulos públicos com rendimento amarrado à inflação, por meio da correção monetária. São as Notas do Tesouro Nacional da série B (NTN-B), ofertadas no Tesouro Direto, programa de aplicações pela internet, desde março como Tesouro IPCA. Esse título da dívida pública federal rende juro prefixado, conhecido no momento da aplicação, mais correção monetária equivalente à variação da inflação pelo INPC durante o período de aplicação. A sugestão são os papéis de vencimento menos longo.

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