Ativos de R$ 740 em crédito no CE

Escrito por Redação ,

Com a dificuldade de acesso a financiamentos provocado pelas altas taxas de juros praticadas por bancos e instituições financeiras tradicionais, as cooperativas de crédito surgem como uma alternativa vantajosa para seus associados. No Ceará, as cooperativas do setor filiadas ao Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) somam R$ 740 milhões em ativos totais e lucraram mais de R$ 26 milhões no ano passado, montante que foi distribuído entre 16.892 associados. 

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São quatro cooperativas filiadas ao sistema no Estado – Ceará Centro Norte, Cariri, Crateús e Cooperjuris – que, juntas, possuem 17 agências no território cearense e geram 200 empregos diretos. A Ceará Centro Norte, que, entre outros municípios, inclui Fortaleza e Região Metropolitana, é responsável por quase 80% dos ativos totais do sistema no Estado, o equivalente a R$ 590 milhões, tendo dividido R$ 20 milhões a 11.414 associados em 2016. 

De acordo com o diretor-presidente da Sicredi Ceará Centro Norte, José Nazareno de Paula Sampaio, o associado faz uma contribuição mensal chamada conta capital. “É o investimento, uma espécie de poupança. E é uma referência para quando ele tomar o crédito, dispensando o avalista. Como não visa lucro, o que se consegue apurar de resultado é distribuído entre associados na proporção em que cada um trabalhou para a cooperativa”, aponta. 

Nazareno explica que, em vez de cada um aplicar sua parte no mercado financeiro sozinho, os cooperados juntam seus recursos e aplicam um montante muito maior, assegurando taxas melhores. “Temos em torno de R$ 380 milhões no mercado financeiro e, com isso, melhor rendimento. Esse excedente faz parte das sobras, que são rateadas entre os cooperados”, destaca. 

Mudança 

Até 2015, as quatro cooperativas eram associadas ao sistema Unicred. A mudança começou a acontecer em outubro daquele ano, quando foi assinado um memorando de entendimento entre as partes. Segundo Nazareno, embora o grupo trabalhasse bem com a Unicred, a mudança para um sistema maior como o Sicredi foi vantajosa para os cooperados à medida que aumentou o volume de empréstimos e o leque de produtos ofertados. 

“(Com a mudança), ampliaram-se ainda os tipos de aplicações e passamos a ter acesso a recursos federais, como do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)”, explica. “Com abrangência nacional, tivemos a possibilidade de trabalhar com caderneta de poupança, aplicações financeiras, LCI (Letras de Crédito Imobiliário), LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), financiamento imobiliário, coisas que nós não tínhamos”, explica. 

Abertura 

Atualmente, só podem se associar à cooperativa profissionais de saúde, micro e pequenos empresários e, mais recentemente, funcionários públicos. Mas é possível que, em um prazo de dois anos, a cooperativa seja aberta a todos os cidadãos. “Nosso plano é que, nesse período, qualquer cidadão do Estado possa se associar. Ainda está em estudo”, destaca Nazareno. 

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