Beneficiamento do pequi agrega valor e gera novos produtos

Escrito por Redação ,
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Juazeiro do Norte (Sucursal) – O consumo do pequi pode deixar de ser sazonal e agregar valores para se tornar algo permanente na mesa dos que apreciam o fruto. Ele está sendo beneficiado e deve aderir ao processo de industrialização, deixando o lado “in natura” a partir da liofilização. Na 1ª Mostra de Tecnologia do Cariri, aberta na manhã de ontem, na Praça de Eventos do Cariri Shopping Center, o pequi é um dos destaques. São as mais diversas experiências desenvolvidas por alunos e professores do Centro de Ensino Tecnológico do Ceará (Centec) e da Universidade Regional do Cariri (Urca).

Percorrendo a exposição, que termina neste sábado, é possível encontrar a amêndoa na forma de bolo, polpa, tempero, pasta, molho, farinha para colocar no feijão e até o pó destinado à confecção de bolos. No caso da farinha, a pesquisadora da Urca, Elissandra Couras Angélica, diz que o pequi passa por um processo de trituração num liqüidificador industrial. Já as bolsistas do Centec, Isana Maria Brito Roque e Janeanne Nascimento, avisam que a qualidade é boa, mas o beneficiamento ainda não ganhou o caminho das indústrias.

No caso da Urca, a evidência está nos produtos naturais da flora da Chapada do Araripe. É o Projeto Plantas Medicinais e Aromáticas do Cariri que cuida da produção de fitoterápicos. Além da farinha da casca do pequi, existem vários outros produtos oriundos de árvores e plantas da serra. Elas estão gerando xaropes, tinturas e sabonetes, segundo Elissandra Couras, com resultados positivos. “Estamos nos preparando para a produção de cápsulas e pomadas”, adiantou, acrescentando que o projeto de produtos liofilizados ainda está numa fase embrionária.

São polpa e casca do maracujá, por exemplo, além da polpa do pequi e a farinha do endocarpo e do mesocarpo da casca deste fruto. Mas nem só de produtos naturais é constituída a feira. Uma das atrações é um robô inteligente que veio de São Paulo e percorre a Praça de Eventos para a alegria da garotada. A mostra é o resultado da parceria entre 22 instituições de ensino e pesquisa com diversas entidades e a iniciativa privada. A promoção é da Secretaria do Desenvolvimento Local e Regional (SDLR) com o fim de apresentar à população tecnologias aqui desenvolvidas ou utilizadas.

A discussão do momento tecnológico da região também será vivida no evento, através de palestras e debates. Na exposição, algumas experiências como os tijolos prensados do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), os quais permitem a construção na base da montagem e com pouco cimento. Ainda para baratear a construção civil, os blocos de cimento e borracha desenvolvidos com restos de materiais. Da Faculdade Leão Sampaio, um software de sistemas de simulações para gestão de negócios e estratégias empresariais.

Outra invenção tem como responsáveis alunos e professores do Serviço Nacional da Indústria (Senai). Trata-se do leitor óptico de cartão para correção de provas. Segundo o técnico Francisco Leite Dantas, o mesmo já deve ser utilizado nos exames de seleção da entidade previstos para o mês de junho. “O resultado deve sair cerca de 30 minutos após as provas, ao invés de três dias como acontece atualmente”, explica. O Senai desenvolveu ainda um sensor de passagem o qual está sendo aprimorado para a contagem da produção industrial.

Outro invento é do Centec e foi batizado de limitador de velocidade nos veículos automotores. No equipamento, é possível fazer a programação e o mesmo impede os excessos. Já o Instituto Aram está desenvolvendo tecnologias de eletrônica, automação, controle e informática junto a jovens com idade entre 14 e 22 anos. A intenção é criar 10 pólos de desenvolvimento de alta tecnologia no Juazeiro. O Instituto produz máquinas para as indústrias de calçados e confecções, inclusive robotizadas.